Fonte: O DIA
São Paulo - Esperançoso, mesmo após a derrota por 2 a 1 para o São Paulo, no Maracanã, o torcedor rubro-negro que esperava a junção da 'fome com a vontade de comer', no Morumbi, presenciou uma atuação insossa de um Flamengo sem apetite na derrota por 3 a 0, que culminou a eliminação na Copa do Brasil na noite desta quarta-feira. Ex-Fluminense, Luciano, autor de dois gols, e Pablo carimbaram o passaporte do clube paulista para a semifinal para enfrentar o Grêmio.
Na galeria dos maiores ídolos do São Paulo, Rogério Ceni, recordista de vitórias no Morumbi, 375 em 594 jogos, voltou à antiga casa com o desafio de vencer o ex-clube pela primeira vez como técnico e manter o Flamengo vivo na Copa do Brasil. Em busca do único título que Jorge Jesus não faturou à frente do Rubro-Negro em 2019, Ceni recorreu às lições deixadas pelo técnico português para minimizar os vários desfalques. Posicionado entre os dois zagueiros, Willian Arão se destacou, mas não era quem o torcedor esperava que resolvesse o complicado jogo.
Arrascaeta, sim. Recuperado de uma lesão no joelho, o uruguaio, que não iniciava um jogo pelo Flamengo há dois meses, foi para o sacrifício, mais adiantado ao lado de Bruno Henrique. Com passes de primeira, tentou acelerar o jogo, mas esbarrou na lentidão de raciocínio dos demais atacantes. A criatividade que sobrou para Michael no corte de cabela, faltou com a bola nos pés. Com Arão mais recuado, Gerson foi outro que fracassou na missão de levar a equipe à frente, seja pela displicência ou pela falta de velocidade na saída de bola.
O empate sem gols no primeiro tempo fez jus à apatia do Flamengo. Em vantagem, o São Paulo administrou bem a pressão. Fernando Diniz, porém, não estava satisfeito. O posicionamento mais adiantado na volta do intervalo comprovou o incômodo. Cirúrgico, precisou de um minuto de bola rolando para abrir o placar. Esperto, Luciano se posicionou entre dois marcadores para desviar o cruzamento de Daniel Alves.
Everton Ribeiro mal teve tempo de aquecer. De volta dos compromissos pela Seleção, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar, ele começou o segundo tempo no lugar do apagado Michael. Desgastado, tentou, mas não acompanhou a marcação na jogada que originou o segundo gol de Luciano, aos 10 minutos, após o cruzamento de Reinaldo, em outra cochilada da defesa.
Aos 18 minutos, Vitinho, literalmente, isolou a chance de reação do Flamengo na cobrança pênalti, a terceira perdida pelo Flamengo em três jogos com o São Paulo, pelo Brasileiro e pela Copa do Brasil. No desespero, Ceni sacou Thuler para a entrada do apoiador Pepê e deslocou Arão, o mais lúcido rubro-negro em campo, para a zaga. A desastrosa atuação foi pontuada pela falta de tranquilidade e confiança de peças-chave em 2019, como Bruno Henrique.
Obrigado a responder, Ceni empilhou o time de atacantes com a entrada de Lázaro, Lincoln e Pedro Rocha. A desorganização se somou a falta de gana e de inspiração. A eliminação ficou ainda mais humilhante depois do gol de Pablo, aos 39 minutos. Com sérios problemas para resolver, Rogério Ceni terá pela frente o Coritiba, sábado, para tentar voltar a ponta do Brasileiro, e o Racing, da Argentina, em clima de decisão na Libertadores. Apenas as vitórias afastarão a crise. Com a paciência no limite, o torcedor não aliviará nas cobranças.
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