O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mostrou preocupação com a pressão inflacionária originada do confronto entre Rússia e Ucrânia, e com os impactos secundários do choque de preços das commodities. “As leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente”, afirmou em ata divulgada nesta manhã para detalhar a subida dos juros de 10,75% para 11,75% ao ano, na semana passada. O colegiado afirmou que o conflito traz “mais incerteza e volatilidade” e recomenda que a “política monetária reaja aos impactos secundários” do choque de oferta em várias commodities. A autoridade monetária confirmou que deve fazer novo acréscimo de 1 ponto percentual no próximo encontro, entre os dias 3 e 4 de maio, elevando a Selic para 12,75% ao ano, e deixou aberta a possibilidade de ampliar o ciclo de alta de juros.
O aumento da taxa básica melhora o rendimento da renda fixa e torna o país mais atrativo para os investidores estrangeiros. A previsão do mercado é pela manutenção dessa alta dos juros, principalmente com a dose extra de pressão sobre a inflação trazida pelo conflito no Leste Europeu. Analistas revisaram para cima as expectativas para a inflação e a Selic em 2022 e 2023, segundo previsões do Boletim Focus publicadas nesta segunda-feira. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 6,45% para 6,59% neste ano, e de 3,7% para 3,75% em 2023. Já a Selic passou a ser vista em 13% ao ano no fim de 2022, e em 9% no ano que vem.
Na pauta internacional, a cotação do barril de petróleo do tipo Brent é negociado ao redor de US$ 115, com queda de 0,3%, após registrar alta de até 8,5% na véspera. O preço da commodity segue pressionado pela falta de sinalização de cessar-fogo no Leste Europeu com a intensificação dos conflitos. A Rússia é o segundo maior produtor de petróleo no mundo, atrás apenas da Arábia Saudita. O avanço da guerra levou a uma série de sanções do Ocidente às exportações do país de Vladimir Putin. O temor dos analistas é que os embargos levem ao desabastecimento do mercado.
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