O preço do petróleo voltou a subir nesta quarta-feira em meio ao quadro de desconfiança internacional e sinais de novas sanções contra a Rússia. O barril do tipo Brent, referência na maior parte do mundo, avançou 2,1%, a US$ 112. Já o WTI, base do mercado dos EUA, também avançava 3% aos US$ 107. Apesar do anúncio da Rússia de reduzir os ataques na região de Kiev e Chernihiv durante a rodada de negociação com a Ucrânia, líderes do Reino Unido e dos Estados Unidos veem com desconfianças essas garantias para cessar-fogo. Em resposta a repórteres que o questionaram sobre o assunto, Joe Biden declarou que não sabe se a Rússia vai cumprir com a promessa de reduzir suas operações militares. “Vamos ver se eles seguem o que estão sugerindo. Vamos continuar atentos ao que está acontecendo”, disse. Já os britânicos indicaram que devem intensificar o estrangulamento econômico contra o Kremlin. “A pressão sobre Putin deve ser aumentada tanto por meio de novas medidas econômicas, quanto pelo fornecimento de ajuda militar para garantir que a Rússia mude completamente o curso”, afirmou o premiê britânico, Boris Johnson.
O temor internacional foi intensificado pelos alertas de recessão na Alemanha — a maior economia da União Europeia —, caso a Rússia corte o suprimento de gás para o país. O governo do premiê Olaf Scholz é resistente à tomada de sanções mais duras aos russos devido à alta dependência energética. Moscou afirmou na semana passada que os países terão que pagar em rublos pelo gás e estabeleceu prazo para até esta quinta-feira, 31, para adesão. A medida, no entanto, foi rechaçada pelos compradores. O governo de Berlim não decretou o racionamento do gás, mas vem emitindo diversos sinais para que o uso seja consciente para evitar um cenário drástico que pode levar à paralisação de parte da indústria alemã. Assim como em diversas partes do mundo, a Europa enfrenta os maiores níveis de inflação das últimas décadas, e pode ver o número ficar ainda mais pressionado por eventuais cortes na distribuição de energia.
Na pauta doméstica, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) desacelerou para 1,74% em março ante avanço de 1,83% em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira. O resultado faz o indicador usado como base para o reajuste do aluguel acumular alta de 14,77% em 12 meses, contra a soma de 16,12% no mesmo período encerrado no mês passado. Desde o início do ano, o IGP-M soma alta de 5,49%. Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,1% em 12 meses. Segundo a pesquisa, os dados da inflação já sofreram influência do mega-aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras no dia 10 de março.
JOVEM PAN
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