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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Em parceria com Lenovo, UFRN terá centro de pesquisa em tecnologia 5G


 

Uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a multinacional chinesa Lenovo permitirá, ainda no primeiro semestre de 2023, a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento voltado ao estudo da conexão 5G, com foco em pesquisa, criação e aprimoramento de soluções baseadas na tecnologia para setores como saúde, educação, agronegócio, indústria e cidades inteligentes. O espaço terá uma estrutura física de cerca de 8,6 mil m² e será instalado em um terreno localizado entre a  residência e o restaurante universitários, no Campus Central da UFRN.
O investimento da Lenovo será de quase R$ 60 milhões – cerca de 10 R$ milhões serão direcionados à construção do espaço, denominado Lance, e que deve ficar pronto até junho de 2024. Os demais recursos irão dar suporte a projetos e poderão ser fomentados pelo Governo Federal. O Instituto Metrópole Digital (IMD), unidade acadêmica especializada da UFRN, é quem está à frente da parceria. A ideia, segundo o professor associado do Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp) da UFRN, Augusto Venâncio Neto, é criar iniciativas e atrair a comunidade para propor ações à base da conexão 5G e de outras tecnologias.

Atualmente, dois projetos são executados em parceria com a empresa (INMS e NRIC). As inciativas são desenvolvidas no Núcleo de Pesquisa e Inovação em Tecnologia da Informação (nPITI), que pertence ao IMD. O professor Augusto Neto é o coordenador de projetos da Lenovo. Ele explica que as duas iniciativas serão aprimoradas com a chegada do Lance, com dois usos de caso. “O primeiro é a holografia, com a utilização de metaverso a partir de dispositivos da multinacional, para avaliar os mecanismos novos que nós estamos fazendo para criar soluções para a educação, saúde e outros setores”, revela.

“A outra aplicação seria o streaming em 8k – a utilização de multimídia em altíssima resolução também para usos que serão definidos no âmbito desses projetos, provavelmente na área de cidades inteligentes e saúde”, revela o professor. Dentre as soluções com o uso de holografia está a realização de reuniões a distância, com o uso de inteligência artificial e de avatares. Poderão ser desenvolvidas, ainda, aplicações em saúde, como o uso de drones capazes de processar dados nas ruas.

 “O drone pode detectar que alguém desmaiou [na rua] e, ao ser acionado para ir ao local com desfibrilador e medicamentos. Lá, por meio da holografia, serão repassadas orientações de procedimentos até que o atendimento médico chegue”, descreve o professor. Além disso, segundo ele, espera-se que novas aplicações surjam junto com a tecnologia.


Os dois projetos coordenados por Augusto Neto existem há um ano e atuam na infraestrutura do 5G. O INMS irá desenvolver novas funcionalidades e melhorar outras na parte de núcleo da rede, onde o sinal dos dispositivos móveis são recebidos. “Nesse caso, as pessoas não vão conseguir ver o que vai ser feito, mas vão sentir melhorias na conexão”, explica Neto. Já o NRIC desenvolve inovações na parte de rádio, acesso sem fio e antenas.

Expectativa é fazer parceria com outras empresas, diz IMD

A expectativa é fazer parcerias com outras empresas para a criação e desenvolvimento de novos projetos, assim como já acontece com a Lenovo. “A gente propôs o Lance para, em parte, viabilizar os testes das tecnologias do que já existe e que nós não conseguiríamos viabilizar por falta de recursos e de tecnologia”, diz o professor associado do Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp) da UFRN, Augusto Neto. A estimativa de parceria entre a empresa chinesa e a universidade é de 10 anos.

Para o diretor geral do IMD, Ivonildo Rego, o centro terá papel fundamental para a formação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas e de novas aplicações para o 5G. “Lá poderão ser criadas startups para trabalhar no desenvolvimento da conexão. Ou seja, será um ambiente de pesquisa, desenvolvimento, inovação e formação, programado para gerar 60 empregos diretos, mas muitos outros poderão surgir. Se houver uma startup, é possível que uma empresa queira contratá-la. Desse modo, serão criadas  novas oportunidades de trabalho”, destaca Ivonildo Rego.



A estrutura onde irá funcionar o centro de pesquisa será dividida em duas áreas – indoor (ambiente fechado) e outdoor (ao ar livre). Para o ambiente indoor será construído um prédio de três andares, com espaço para salas de demonstração das soluções desenvolvidas, eventos e reuniões, além de três laboratórios temáticos e um datacenter. Também haverá espaço para capacitação de mão de obra.

No ambiente ao ar livre, será instalado um laboratório aberto, que irá aproveitar a natureza da área e onde serão acomodadas bancadas experimentais, novas tecnologias e até mesmo alguns departamentos da universidade. Augusto Venâncio Neto, professor da UFRN e coordenador de projetos da Lenovo, disse que, nesse aspecto, os departamentos poderão contar com tecnologias caras e que não estão disponíveis na instituição.

“Num ambiente real outdoor de conectividade 5G, a gente pode interligar dispositivos e até desenvolvê-los para diferentes áreas. Nós vamos ter pessoas altamente especializadas para manter a rede. Alunos e professores, então, devem atuar no local”, pontua Neto. O Lance será o quarto centro de pesquisas em 5G da Lenovo no mundo – os outros estão localizados na China, Estados Unidos e França – e reforça, segundo o diretor geral do IMD, Ivonildo Rego, o bom posicionamento do RN em relação à chegada da tecnologia no País.

As negociações para a parceria, que nasceu graças aos dois projetos já em andamento, começaram há seis meses. “Temos uma perspectiva muito importante para nosso parque tecnológico [com a chegada do centro], no sentido da ampliação dos negócios das empresas existentes  e também no que diz respeito à atração de grandes empresas”, pontua Ivonildo Rego.

Segundo ele, o parque do Metrópole Digital tem 86 empresas instaladas, que geram cerca de 2 mil empregos. A unidade tem uma incubadora, que nasceu antes do IMD, há nove anos (o Instituto completa cinco anos em 2022) e já graduou 15 startups e tem outras 15 incubadas.

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