Foto: Magnus Nascimento
O ministro da Educação, Camilo Santana, foi recebido em Natal, para o lançamento do programa Pé-de-meia, com um protesto. Servidores federais da educação compareceram ao local para reivindicar recomposição salarial. A polícia impediu a entrada dos servidores e houve um princípio de confusão. Em todo o País, 17 instituições federais de ensino entraram em greve para cobrar um reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas de 7,06%, sendo a primeira neste ano e outras duas para 2025 e 2026. No RN, servidores técnico-administrativos da UFRN estão em greve desde 14 de março, enquanto os docentes da instituição decidem nesta terça-feira (16) se vão aderir ao movimento grevista.
O ministro lançou o programa Pé-de-Meia no Estado ao lado da governadora Fátima Bezerra. Durante o lançamento do programa, houve tumulto no lado de fora do hotel. Isso porque servidores da educação protestavam pela recomposição salarial e cobravam um encontro com o ministro Camilo Santana. Os trabalhadores foram impedidos de entrar no evento por uma barreira policial. “Por que não podemos entrar para falar com o ministro?”, questionou Maria Aparecida, coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do RN (Sintest).
“Isso é imoral para um governo que se elegeu com a pauta da educação pública. Estamos aqui esperando que o ministro nos receba. Colocaram aparato policial na porta do hotel para que os trabalhadores não tenham acesso às instâncias que estão sendo pagas com dinheiro público. Estamos cobrando o reajuste porque a proposta do governo é reajuste zero”, disse a sindicalista Maria Aparecida. Ao todo, cerca de 3.500 servidores técnico-administrativos estão em greve na UFRN. Já os docentes, vão decidir hoje, por meio de um plebiscito se entram em greve.
O Programa Pé-de-Meia, que é uma espécie de poupança para os alunos de baixa renda cursarem o ensino médio, foi lançado na manhã de segunda-feira (15), no Rio Grande do Norte. No Estado, 60.650 alunos se inscreveram no programa. No ato da matrícula, no início do ano letivo, o estudante do ensino médio receberá em sua conta poupança R$ 200. Além disso, a comprovação de frequência dará direito ao recebimento de R$ 1,8 mil por ano, em nove parcelas de R$ 200. Assim, o total por ano letivo será de R$ 2 mil.
Além dos depósitos de R$ 2 mil em cada um dos três anos do ensino médio, ao concluir a última série, o aluno receberá R$ 3 mil na conta poupança, que equivale a R$ 1 mil por série. Também haverá pagamento de R$ 200 ao aluno de baixa renda da 3° série que se inscrever no Enem. Assim, caso o estudante cumpra todos os requisitos estabelecidos ao longo dos três anos do ensino médio e se inscreva no Enem no último ano, ele terá recebido um total de R$ 9,2 mil.
Obras da educação básica paralisadas
O governo Lula não retomou nenhuma das 3.783 obras da educação básica paralisadas em todo o País. O programa que tinha a ideia de reiniciar intervenções na infraestrutura de unidades de ensino é uma promessa do presidente Lula desde o início do governo. Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo mostrou que as quase 4 mil obras estão espalhadas em 1.664 municípios, sendo 173 no Rio Grande do Norte. O ministro Camilo Santana afirmou que das 173 obras inacabadas no Estado, 116 aderiram ao programa, que ainda não tem data para iniciar as obras.
No ano passado, em maio, o governo emitiu uma medida provisória que autorizava a renegociação de contratos de obras financiadas com recursos federais, visando ajustes nos valores inicialmente acordados. Anteriormente, em abril do mesmo ano, o ministro havia mencionado a intenção de um acordo para retomada das obras durante uma sessão no Congresso. Após a publicação da medida provisória, diversas prefeituras cadastraram obras que estavam paralisadas.
“A lei aprovada em novembro, permitiu a autorização para atualizar os preços da obra, porque é impossível um prefeito terminar uma obra que está paralisada há cinco, seis, sete anos, com o mesmo valor. Das 173 obras que estavam paralisadas e inacabadas no Estado, 116 aderiram ao programa, nós demos prazo até dezembro do ano passado para os estados e municípios aderirem. Agora estamos naquela fase de diligências entre municípios e estados para que a gente possa retomar essas obras o mais rápido possível”, complementou.
Tribuna do Norte
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