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Produzido e testado no Rio Grande do Norte, um novo biocombustível foi selecionado por uma agência governamental da Itália para um programa de testes de emissões e desempenho de combustíveis voltados à aviação civil. Trata-se do BBL-DX, produzido pela Brazilian Biocombustíveis LTDA, sediada em Macaíba, que trabalha no desenvolvimento de um biocombustíveis desde o início do século e instalou-se no RN desde 2018. A empresa é a única brasileira a participar do programa italiano.
Segundo o CEO da empresa, Roberto Pes, o Ente Nazionale per I’Aviazione Civile (ENAC) tem trabalhado em soluções de biocombustíveis com o intuito de impulsionar a sustentabilidade no setor aéreo. A empresa brasileira foi incluída no prestigiado programa “A Roadmap for Sustainable Aviation Fuels in Italy”, que busca encontrar alternativas aos combustíveis fósseis na aviação. Grandes multinacionais da indústria italiana também participam do programa, como a ENI SPA, Petroli SPA e Total Energies Italia SPA.
“Temos regulamentos europeus que obrigam as companhias aéreas de abater as emissões dentro de um período limitado de tempo. As empresas junto com os governos dos países se juntaram para um programa e fomos selecionados dentro dele, após um período de validação, para começarmos os testes em aviões para abatermos as emissões dos combustíveis dos aviões”, explica.
Os testes avaliando o desempenho do biocombustível, intitulado BBL-DX, ocorrerão nos próximos meses, e os resultados poderão colocar a tecnologia da Brazilian Biocombustíveis no mapa global da aviação sustentável, segundo Roberto Pes. O biocombustível utiliza óleos vegetais e é misturado em combinação com o álcool. Roberto explica que a parte de produção experimental e testes de desempenho dos motores nos auto veículos e maquinário, além da análise de laboratório, foram todas feitas no RN.
A tecnologia patenteada pode ser utilizada nos motores de combustão interna dos mais modernos automóveis e veículos leves sem necessidade de qualquer modificação no motor ou sistema de combustão. Além disso, o BBL DX pode ser utilizado em geradores e/ou motores de combustão interna diesel para tração automotiva e automobilística e/ou para geração de energia, em caldeiras, queimadores ou turbinas para produção de energia elétrica ou térmica.
“Somos uma alternativa ao biodiesel. Nosso sistema é alternativo e produzimos biocombustível de forma diferente, com um sistema de produção mais limpo e mais eficiente. Não temos resíduos de produção e é mais econômico. Depois de mais de 15 anos de estudos em laboratório na Itália, adquirimos no Brasil essa tecnologia junto com um professor universitário e abrimos uma usina em Macaíba. Essa usina é experimental”, explica Roberto Pes.
O CEO da empresa aponta ainda que a autorização para produção do biocombustíveis aconteceu por meio de uma resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que limita a produção a 10 mil litros/mês.
Ainda segundo Roberto Pes, a tecnologia que está sendo desenvolvida no Rio Grande do Norte apresentou testes promissores nos últimos meses, entre eles 300% de abatimento de emissões de maneira geral e redução de emissões de carbono. Os testes desenvolvidos na fábrica em Macaíba apontaram uma redução no consumo de combustível e aumento da potência e eficiência do motor do veículo.
“A primeira fase de validação que tivemos foi na Itália e é uma grande contribuição que o Brasil está dando para a Europa. Somos a única empresa brasileira escolhida, então é uma grande honra para nós. Nossos testes de desempenho foram finalizados em motor a diesel, e nele, temos quase 300% de abatimento das emissões em relação ao diesel em comércio no Brasil”, acrescenta, citando ainda que o percentual de abatimento de emissões no caso da aviação será “relevante”.
Tribuna do norte