Foto: Arquivo/Agência Brasil
Apesar do superávit de US$ 8,3 milhões em maio, o saldo da balança comercial do Rio Grande do Norte nos primeiros cinco meses de 2025 reduziu em US$ 38,2 milhões em comparação ao mesmo período de 2024, representando um recuo de 15,2%. Entre janeiro e maio deste ano, o estado exportou US$ 413,1 milhões e importou US$ 200,2 milhões, resultando em um saldo positivo de US$ 212,9 milhões. No mesmo intervalo do ano passado, as exportações somaram US$ 457,4 milhões, enquanto as importações ficaram em US$ 206,3 milhões, o que gerou um saldo comercial de US$ 251,1 milhões de janeiro a maio de 2024.
O saldo comercial é a diferença entre o que o estado vende (exporta) e compra (importa) de outros países. Quando as exportações superam as importações, o resultado é superavitário (positivo); o contrário indica déficit (negativo).
Apesar de o RN seguir com superávit em 2025, a redução de mais de 15% no saldo revela uma desaceleração do comércio exterior potiguar, puxada principalmente pela queda nas exportações. Em maio de 2025, o saldo da balança foi de US$ 8,3 milhões (US$ 45,7 milhões em exportações contra US$ 37,4 milhões em importações). O número é significativamente menor do que o registrado em maio de 2024, quando o estado exportou US$ 68 milhões e importou US$ 50,6 milhões, resultando em um superávit de US$ 17,4 milhões.
Nos cinco primeiros meses de 2024, o desempenho foi impulsionado pelas exportações de abril e maio. A maior diferença foi registrada em abril: em 2024, as exportações chegaram a US$ 163 milhões — mais que o dobro do valor exportado em abril de 2025 (US$ 76,9 milhões).
A queda nas exportações pode estar relacionada ao desempenho negativo da indústria, especialmente na fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, que recuou 30,8% no primeiro bimestre. Roberto Serquiz, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), ressalta que, ainda assim, o óleo combustível continua predominando na balança comercial do RN, seguido pelo sal e frutas tropicais. “Isto revela que mais de 70% do desempenho industrial está concentrado em nosso ativo natural, fato que justifica um esforço conjunto no estímulo à indústria manufatureira, a partir da melhoria do ambiente de negócio em nosso estado, de forma a elevar a competividade também nos demais setores industriais”, destacou.
Ele avalia que há garantia de que as exportações desses produtos continuarão. “A manutenção está assegurada, até mesmo pela descoberta do campo de Pitu, o que nos trará mais essa opção além dos campos maduros já explorados atualmente por empresas independentes”.
Oportunidades
Tanto em 2024 quanto em 2025, os melões mantiveram-se em destaque nas exportações do RN, com crescimento de aproximaram US$ 53 milhões, frente aos US$ 44,5 mi registrados no mesmo período do ano anterior. O bom desempenho do setor reforça o potencial da fruticultura potiguar no mercado internacional e abre novas perspectivas para os produtores locais.
Para o gestor de fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho, as exportações podem abrir novas oportunidades para os produtores e cooperativas, principalmente compostas por pequenos produtores que precisam passar por capacitações e consultorias para atuarem no mercado externo. “Nós apoiamos esses grupos mostrando as oportunidades de exportação, mas também o potencial do mercado nacional. Participamos de eventos como a ExpoFruit e outras feiras, como a realizada em São Paulo, onde levamos os produtores para que eles vejam de perto como é o mercado, competitivo e amplo”, detalha Franco. “Nosso papel é conduzir, mostrar as oportunidades, comparar com o mercado interno, identificar qual é mais vantajoso e qual demanda mais recursos”, complementa.
Um exemplo citado por Franco é o da empresa Viva Agropecuária, de Mossoró. “No ano passado, iniciamos um trabalho com eles. A empresa participou de feiras em SP, Espanha, Alemanha e também nos acompanhou em uma missão para a China. Este ano, já enviou seu primeiro contêiner-teste para a Holanda”, destaca.
De acordo com o gestor, as empresas que vêm se preparando há mais tempo estão observando o momento certo para inserção no comércio internacional. “Temos uma rede de parcerias envolvida nesse processo de internacionalização da fruticultura potiguar”, reforça.
Tribuna do Norte
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