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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

MPF faz denúncias da Lava Jato; ONG anticorrupção diz que rapidez será crucial no caso


O procurador Deltan Dallagnol detalha, em coletiva, como o MPF crê que funcionou o esquema de corrupção na Petrobras (Reuters)

fonte: bbc 

No mesmo dia em que o Ministério Público Federal ofereceu denúncias contra 35 investigados na Operação Lava Jato, uma das principais ONGs anticorrupção do mundo argumentou que só respostas céleres ao escândalo evitarão desdobramentos ainda mais negativos ao país.
Para o sul-africano Cobus de Swardt, diretor-geral da Transparência Internacional, se o país demorar em punir os responsáveis, perderá o ímpeto criado para combater a impunidade e sofrerá efeitos econômicos, como a dificuldade de empresas brasileiras em fazer negócios no exterior.
Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol detalhou o funcionamento de esquemas de corrupção que, segundo as investigações, envolvem contratos com a Petrobras. Entre os 35 denunciados, estão 22 ligados às empresas investigadas – Camargo Correa, Mendes Junior, Engevix, OAS, Galvão Engenharia e UTC.
Dallagnol diz que o MPF identificou, nesta fase das investigações, 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro, envolvendo cerca de R$ 286 milhões. O MPF pleiteia, por ora, o ressarcimento de quase R$ 1 bilhão.
"As empresas simularam um ambiente de competição e em reuniões secretas definiam quem ia ganhar as licitações", afirmou o procurador, dizendo que se formou "um ambiente fraudado de cartas marcas", em que as empresas dividiriam entre si os contratos com a estatal.
Os contatos seriam, segundo a denúncia, garantidos mediante pagamento de propinas, usando empresas de fechada, falsos contratos de negócios, remessas de dinheiro ao exterior, aditivos de contratos com preços superfaturados, uso de falsas consultorias e pagamentos de dinheiro em espécie.

Pegadas digitais

Também nesta quinta-feira, a Transparência Internacional lançou em São Paulo a campanha "desmascare um corrupto", que critica a propriedade secreta de empresas offshore, geralmente abertas para mascarar dinheiro de corrupção.
Essas empresas conseguem ser facilmente criadas à distância, pela internet, em paraísos fiscais – como Bahamas ou ilhas Seychelles, por exemplo –, com nenhuma taxação e grande confidencialidade.
Em dois ou três dias é possível abrir uma empresa offshore (baseada fora do país e com vantagens fiscais), a partir de qualquer lugar do mundo, usando apenas um passaporte e com proteção da identidade de seu detentor, diz a ONG. Essas empresas são, muitas vezes, usadas como empresas de fachada para negócios escusos, para evasão fiscal ou para a remessa de lucros obtidos ilegalmente."Se isso (a propriedade de empresas de fachada) for levado a público, boa parte da lavagem de dinheiro será desvendada", disse Swardt.
O diretor afirma que hoje é "mais fácil ser corrupto e não ser punido por isso do que há 20 anos", já que a internet facilita muito a movimentação irregular de dinheiro. "Ao mesmo tempo, porém, ficou muito mais fácil identificar essa corrupção, por causa dessas pegadas online."
A respeito da Operação Lava Jato, Swardt diz que, segundo a experiência da Transparência Internacional, casos dessa magnitude naturalmente levam muito tempo – ao redor de sete anos – para serem concluídos e levados a julgamento.
Segundo o sul-africano, "nesse período, isso pesa sobre a economia e sobre as empresas que fazem negócios fora", já que elas passam a ter dificuldades em obter financiamento e fechar contratos ante a desconfiança de investidores internacionais.
"A velocidade importa nesses casos. E há o risco de que a impaciência das pessoas (por conta dos escândalos) se vire contra o governo. Pode-se criar um momento difícil de reverter."

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