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domingo, 22 de maio de 2016

Nobres aberrações dos Políticos Brasileiros


Crédito: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Fonte:IsotÉ

Eduardo Cunha é bom de lábia, se bobear ele vende algodão por veludo – ou trust na Comissão de Ética. Já uma significativa parte dos 513 parlamentares que compõem a Câmara dos Deputados parece dotada de boa dose de masoquismo, na linha do “me engana que eu gosto”. Ou, pior, finge gostar porque tem de engolir mentira, uma vez que o telhado de vidro é quase geral. Some-se esses dois fatores e tem-se, por exemplo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se autodefendendo na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar na quinta-feira 19. Réu no STF em processo por recebimento de propina, lavagem de dinheiro em contas no exterior e ocultação de patrimônio, Cunha por pouco não fez a Comissão chorar. Primeiro ele ameaçou, dizendo que, se de fato quisesse ocultar dinheiro fora do País, não recorreria ao trust, mas, sim, a outros meios: “abriria uma fundação”, como é “comum se ver por aqui”. Por aqui? Onde? Pois é, o recado foi claro: Cunha quis dizer no meio político, na Câmara dos Deputados. Ficou um aperto no peito de muitos integrantes da Comissão e, como fala perigosa no Congresso voa em vez de andar, é claro que a ameaça chegou a todos os parlamentares. Cunha começou então a discorrer sobre trust, e tanto explanou que todos saíram do local, finalmente,… sem saber o que é trust (é uma entidade jurídica para administração de ativos recebidos de uma pessoa). Por fim, Cunha afirmou que “a decisão do STF de afastá-lo da presidência da Câmara foi construída para ter algum tipo de objetivo. O tempo, só o tempo, dirá qual é o objetivo da Corte”.Tempo? Põe tempo nisso, mas tempo da Câmara, não do STF. Aliás, não fosse o tribunal alijá-lo da função de presidente, é certo que Eduardo Cunha até hoje nela estaria. Foi o Supremo Tribunal Federal, em respeito a legalidade e ao justo clamor social, quem o mandou para casa. Se de sua casa ele continua mandando na outra Casa, a Legislativa, aí o vacilo é dos deputados, nada tem a ver com os magistrados. E, falando-se em Casa, vale cotejar a que Oscar Niemeyer projetou com a copa virada para baixo (Senado) com a outra que ele fez com a copa virada para cima (Câmara). Os 81 senadores cassaram por unanimidade e num tempo plausível (que em nada restringiu o direito de defesa) o mandato de Delcídio do Amaral, o delator-bomba da Lava Jato. E era isso mesmo que tinha de ser feito. Já os deputados arrastam um processo sem fim, envolvendo Eduardo Cunha, e isso constrange a Nação – assim como, igualmente constrangedora, é a presença de Waldir Maranhão (PP-MA) na presidência interina.
Ele está lá, pelo menos estava até o início da noite da quinta-feira 19, na base do “daqui não saio, daqui ninguém me tira” – e aonde vai segue-o um coro de colegas gritando “fora, fora, fora”. É tanta gente que a sessão da quarta-feira 18 foi presidida por Fernando Giacobo (PR-PR), parlamentar de sorte que já ganhou 12 vezes em loterias no período de duas semanas – e sua sorte continua, pois na sessão ele conseguiu que fossem votadas duas MPs que há tempos trancavam a pauta. Não bastasse toda essa barafunda, a Câmara permitiu que o réu da Lava Jato Eduardo Cunha emplacasse um aliado como líder do governo Michel Temer. Pressionado pelos 13 partidos que formam o chamado “centrão” comandado por Cunha, Temer não teve outra saída senão escolher o deputado André Moura (PSC-SE). Parte de seu currículo é peso-pesado: ele é réu em três ações penais na Justiça, uma delas sob a acusação de tentativa de homicídio.

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