UM ANO APÓS INCÊNDIO DA KISS, BOATES AINDA FUNCIONAM SEM ALVARÁS
Um ano após a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde 242 pessoas morreram em um incêndio, em 27 de janeiro do ano passado, muitas casas noturnas na cidade de São Paulo continuam sem alvará de funcionamento para local de reunião (capacidade acima de 250 pessoas). Os empresários reclamam da demora em conseguir o documento e citam a falta de funcionários municipais para fazer as fiscalizações. A prefeitura, no entanto, diz que, após a tragédia, aumentou a fiscalização e, em parceria com o Corpo de Bombeiros, realizou uma força-tarefa que resultou na intimação de 131 casas noturnas, com 35 interdições e 58 regularizações.
Após a tragédia, a prefeitura criou um site em que informa a situação de segurança dos estabelecimentos com capacidade para mais de 250 pessoas. Utilizando essa ferramenta, a reportagem consultou a situação de 41 estabelecimentos da capital. Apenas 11 delas têm permissão para reunir mais de 250 pessoas. A reportagem entrou em contato com todos os locais que não estão listados no site da prefeitura e os questionou sobre a capacidade do local. Nem todos responderam.
Segundo o empresário Facundo Guerra, proprietário do Cine Joia, na região central, os empresários querem se regularizar, mas esbarram na “burocracia e morosidade” do poder público. De acordo com a prefeitura, o Cine Joia tem alvará para reunir apenas 500 pessoas, mas o site da casa informa capacidade para 1.500 pessoas. Guerra diz que a capacidade real da casa é de 1.200 pessoas. “O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros diz que minha capacidade é de 1.282 pessoas. Prefeitura e bombeiros usam metodologias diferentes, então eu devo usar a indicada pelo Corpo de Bombeiros”, diz o empresário.
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