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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Orkut fechará as portas e vai virar museu na web


Orkut fechará as portas e vai virar museu na web Orkut/Reprodução

fonte: agência estado

"Só add com scrap." "Leio, respondo, e apago." "Topo dos depoimentos." "Sou 80% legal, 90% confiável e 100% sexy." Se você esteve na internet durante os anos 2000, provavelmente deve se lembrar dos elementos acima, símbolos da era do Orkut. A "primeira rede social" de muitos brasileiros vai fechar as portas nesta terça-feira, depois de 10 anos de recadinhos, discussões em comunidades e depoimentos melosos.

Mas não é o fim. A antiga rede social do Google está criando um acervo de comunidades onde ficarão guardados posts e discussões importantes para a história da internet do País. "O arquivo preserva a memória do Orkut, registrando fenômenos do Brasil como a ascensão da classe C e a inclusão digital", declarou o Google Brasil, em nota.
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O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso exclusivo ao acervo, que pretende ser uma reprodução do que é o Orkut hoje, em seu último dia no ar. Ao todo, serão mais de 51 milhões de comunidades, 120 milhões de tópicos e mais de 1 bilhão de interações armazenadas no acervo.

Para estar lá, basta que uma comunidade seja pública e esteja visível a qualquer um - o que não é o caso da "Eu Odeio Acordar Cedo", maior comunidade do Orkut (com 6 milhões de membros) que se tornou privada após ser vendida por R$ 5 mil. No acervo, será possível entrar nas comunidades e ver o que foi discutido nelas, mas os donos das postagens serão identificados apenas por seus nomes, sem fotos ou links para perfis.

Tal como num museu, será possível somente "apreciar" o conteúdo. Para o Google, "o arquivo é uma cápsula do tempo do início das redes sociais". Além do acervo, a empresa ainda criou uma ferramenta para que os usuários guardem seus perfis, com fotos, recados e a descrição caprichada que muita gente usava para impressionar os amigos. O backup pode ser feito até setembro de 2016.
Fórum
Criada em 2004 pelo turco Orkut Buyuykotten, a rede social foi popular até 2011, quando foi superada pelo Facebook no Brasil, e passou ainda a ter um "rival dentro de casa": o Google+, introduzido pela empresa naquele ano para unir diversos serviços em um ambiente social. Ainda assim, o Orkut tem seu público cativo até os dias de hoje: em junho de 2014, 4 milhões de brasileiros usaram o site, segundo dados da ComScore.
– Nunca parei de usar o Orkut, para espanto das pessoas ao meu redor – conta Leonardo Bonassoli, criador da comunidade "Futebol Alternativo", que discute temas como a terceira divisão do campeonato paranaense ou a rivalidade entre as seleções da Romênia e Hungria.
– Nós discutíamos o lado B do futebol – diz.
Já o interesse em comum por notícias bizarras era o que unia os 80 mil membros da "Anão vestido de palhaço mata 8", criada por Marcos Barbará.
– O Orkut era fantástico para conhecer pessoas, e as comunidades eram o auge disso. Qualquer bizarrice encontrava eco lá – diz ele, que lançou um livro com o título da comunidade, reunindo histórias como "Americano açoita namorada com atum" ou "Jesus aparece em banheiro e é vendido por US$ 2 mil".
Figurinha
As comunidades não eram só ambientes de discussões. Algumas delas eram apenas veículo para piadas. ê o caso da "Indiretas Já!" e da "Não vi Beatles, mas vi Molejo", criadas pelo publicitário Bruno Predolin, dono de 715 comunidades.
– A maioria das minhas comunidades eram como figurinhas, todas levadas para o humor. Mas era parte do Orkut: se você queria conhecer alguém, as comunidades serviam para mostrar quem a pessoa era – diz. Para ele, o que vai deixar saudade é a comunidade Discografias, que reunia links para download de música de forma ilegal, deletada em 2012.
– Conheci muita coisa de música brasileira ali – lembra.
– O Orkut foi a iniciação digital de muita gente – diz o rapaz, que chegou a receber R$ 500 por mês do canal pago HBO para promover a emissora em seus grupos.
RG digital
O criador da "Indiretas Já" não foi o único a capitalizar com o sucesso de suas comunidades no Orkut. O humorista Maurício Cid, hoje conhecido pelo site de humor Não Salvo, começou sua trajetória digital criando comunidades engraçadinhas, como a "Quando pisei parecia água viva".
– Tive mais de mil comunidades, usava o Orkut como o Twitter, só com piadas. Um dia o Orkut excluiu meu perfil por causa de uma denúncia. Foi quando eu resolvi que tinha que ter um site próprio – explica ele, que hoje tem mais de 2,4 milhões de fãs no Facebook e é referência em humor na web no País.

– O Orkut era o RG digital do brasileiro – avalia o humorista, que acredita que a plataforma do Google tinha muitas vantagens com relação ao Facebook.
– No Orkut, você ia atrás do conteúdo. O conteúdo não vinha te encher o saco –comenta. Apesar de ficar triste com o fim da rede social, Cid entende a decisão do Google.
– Se um produto dá prejuízo, não tem porque deixar no ar. É dinheiro em jogo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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