Fonte: O Globo
Na série de depoimentos que vem prestando na condição de delator, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa fez uma revelação que surpreendeu os investigadores. Segundo eles, Costa disse que a propina paga pela estrutura da corrupção gira em torno de 3% sobre o lucro das empresas e não sobre o valor global dos contratos entre essas empresas e a Petrobras.
Costa disse ainda que o lucro das empresas que executam obras ou prestam serviços para a estatal fica entre 18% e 20% em cada contrato. Nesses valores estariam embutidos os gastos com a propina para políticos e para os intermediários dos contratos entre as empresas e a Petrobras. Para os investigadores do caso, a propina incluída no lucro seria uma espécie de refinamento da corrupção.
As empresas conseguiam pagar a propina e, ao mesmo tempo, obter altos lucros porque, como disse Paulo Roberto Costa, o setor estaria cartelizado. As empresas faziam combinações prévias de preços e, com isso, podiam ampliar as margens de lucros sem sofrer contestações. O superfaturamento, prática comum em casos de corrupção em obras públicas, estaria sendo minimizado porque é mais fácil de ser identificado pelos órgãos de fiscalização.
“O problema não é mais o superfaturamento de tubos e outros equipamentos. Isso teria sido ultrapassado. O problema estaria na combinação de preços”, informou um investigador.
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