O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nestaquarta-feira (3) uma alta de 0,5 ponto percentual na Selic. Com isso, a taxa básica de juros da economia foi de 13,25% para 13,75% ao ano, mesmo patamar de dezembro de 2016.
A decisão foi unânime e veio em linha com a expectativa geral do mercado.
Em comunicado, o comitê deixa a porta aberta para mais uma alta, de menor magnitude, em setembro.
“O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, diz.
O comunicado também indica que o BC começa a olhar para 2024 como parte do horizonte relevante.
“Notou-se que as projeções de inflação para os anos de 2022 e 2023 estavam sujeitas a impactos elevados associados às alterações tributárias entre anos-calendário. Assim, o Comitê optou neste momento por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora seus impactos secundários sobre as projeções de inflação relevantes para a decisão de política monetária”, diz.
Doze altas seguidas
O atual ciclo de aperto monetário começou em março de 2021, quando a Selic foi da mínima histórica de 2% para 2,75%. Desde então, a taxa sofreu 12 altas seguidas.
Principal instrumento de política monetária do BC para controlar a inflação, a Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
A inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 11,89% em 12 meses, segundo último dado disponível pelo IBGE, de junho. O valor ultrapassa com folga o teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2022, de 5%. O centro da meta está em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A estimativa do mercado financeiro para o IPCA deste ano está em 7,15%, segundo o Boletim Focus.
No comunicado divulgado em junho, o BC alertou que a inflação “seguiu surpreendendo negativamente”. Desta vez, porém, a expectativa geral no mercado é de trégua nos preços ao menos pelos próximos dois meses, em resposta, sobretudo, a um recente movimento de queda no valor dos combustíveis.
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