Mais de 17 mil soldados filipinos e norte-americanos iniciaram seus maiores exercícios militares conjuntos nesta terça-feira, enquanto os laços entre os aliados de longo prazo se aquecem devido a preocupações compartilhadas sobre a assertividade da China na região da Ásia-Pacífico.
Os exercícios anuais ampliados destacam os laços de defesa aprimorados sob o presidente Ferdinand Marcos Jr, depois que seu antecessor reduziu os exercícios para buscar laços mais estreitos com Pequim.
Pela primeira vez, as Filipinas e os Estados Unidos realizarão exercícios de tiro real no mar durante o evento de três semanas conhecido como ‘Balikatan’ ou exercícios ‘ombro a ombro’.
“O destaque será o exercício combinado de fogo real litorâneo, que visa ensaiar técnicas e procedimentos táticos conjuntos e combinados para executar o ataque marítimo”, disse o major-general Marvin Licudine, diretor do exercício nas Filipinas, em um discurso na abertura cerimônia.
O Ministério das Relações Exteriores da China criticou na segunda-feira os exercícios conjuntos, dizendo que eles “não devem interferir nas disputas no Mar do Sul da China, menos ainda prejudicar a soberania territorial, os direitos e interesses marítimos e os interesses de segurança da China”.
Os exercícios há muito agendados começaram quando a China encerrou três dias de jogos de guerra em torno de Taiwan, que incluíram ataques de precisão e bloqueio da ilha, depois que o presidente taiwanês Tsai Ing-wen se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, em Los Angeles.
Pequim vê Taiwan como seu próprio território, enquanto a ilha governada democraticamente rejeita suas reivindicações.
O major-general Eric Austin, diretor interino de exercícios nos EUA, disse que os exercícios de Balikatan garantirão que “estamos preparados para responder juntos aos desafios do mundo real”.
As relações EUA-Filipinas se aqueceram consideravelmente sob o presidente Marcos, que em fevereiro concedeu a Washington acesso aumentado às bases militares de seu país.
Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores dos países devem se reunir pela primeira vez em sete anos em Washington nesta semana.
Os exercícios, que serão realizados em diferentes pontos do país, incluirão também treinamento em operações anfíbias, operações de aviação, defesa cibernética, operações urbanas, contraterrorismo e socorro humanitário e em desastres.
Espera-se que o presidente Marcos testemunhe os exercícios marítimos com fogo real que envolverão o naufrágio de um antigo navio da marinha filipina, de acordo com um oficial militar filipino.
(Karen Lema e Adrian Portugal; Reportagem adicional de Laurie Chen em Pequim)
CNN
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