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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Mesmo após aval de Erdogan, ingresso da Suécia na Otan continua travado


 (Foto: Otan/Flickr)

O presidente vinha se negando a aprovar a candidatura sueca sob o argumento de que o país dá abrigo a “terroristas”, devido à presença em território sueco de militantes de organizações curdas classificadas por Ancara como extremistas.

A situação piorou após os recentes episódios de queima de cópias do Alcorão na Suécia, realizadas em duas ocasiões com o aval das autoridades locais, sob o argumento de assegurar a “liberdade de expressão”.

“Não estamos tão próximos quanto pensávamos quando Erdogan inicialmente fez a declaração de que daria luz verde a isso”, disse Alper Coskun, ex-vice-representante permanente da missão da Turquia na Otan. “Embora Erdogan tenha dado sinal verde para isso, o que recebeu sinal verde foi o envio ao parlamento”, completou.

Represália dos EUA

Diante do novo impasse, os EUA ameaçam travar uma venda de jatos militares F-16 a Ancara, um negócio de US$ 20 bilhões que depende da aprovação do Congresso norte-americano.

O presidente Joe Biden afirmou em mais de uma ocasião que o negócio não está atrelado à aprovação da candidatura sueca, mas os parlamentares dos EUA parecem pensar de outra maneira. Autoridades norte-americanas em Vilnius disseram que a conclusão do negócio pode ser postergada à espera do “sim” definitivo da turquia.

O senador democrata Bob Menendez, crítico de longa data da Turquia e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, é um dos obstáculos para o acordo dos caças. Não somente pela falta de aval à Suécia, mas também pela tensão entre Turquia e Grécia, outro aliado de Washington.

Um assessor de política externa norte-americano, cuja identidade não foi revelada, disse que os democratas avaliam a aprovação de Erdogan como “um passo significativo à frente”. Mas “ainda têm preocupações sobre violações da soberania grega, falta de aplicação das sanções russas pela Turquia e agressão contínua contra parceiros curdos.”

Alan Makovsky, ex-membro do Comitê de Relações Exteriores e hoje analista de Turquia no think tank Centro para o Progresso Americano, vê as questões da Otan e dos caças conectadas.

“Espero que o governo tente pressionar Erdogan a ratificar imediatamente e, ao mesmo tempo, tentar fazer com que Menendez diga ‘sim’”, disse ele ao Al-Monitor. “É difícil acreditar que o governo esteja satisfeito em deixar isso se desenvolver até outubro. Muita coisa pode acontecer.” 

FONTE: AREFRÊNCIA




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