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O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, soou o alerta nesta quarta-feira (10) sobre os impactos do chamado “tarifaço de Trump” na economia potiguar. A medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevê a aplicação de uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras a partir de 1º de agosto — o que, segundo Serquiz, pode comprometer severamente a competitividade da produção industrial do estado. “O Rio Grande do Norte depende fortemente dos seus ativos naturais. Petróleo, fruticultura, mineração, pesca e sal são setores que serão diretamente impactados por essa nova tarifa”, afirmou Serquiz. “Estamos diante de um impasse com a maior economia do mundo, e isso nos preocupa bastante”, completou. Os números reforçam o motivo da apreensão. De janeiro a junho de 2025, o estado exportou US$ 67 milhões, um crescimento de 123% em relação ao mesmo período de 2024, quando as exportações somaram US$ 30 milhões. Grande parte desse volume tem como destino os Estados Unidos, especialmente produtos como atum, peixes costeiros e sal — itens que poderão perder competitividade frente a concorrentes de outros países, que negociaram tarifas de apenas 10%. “O sal, por exemplo, é praticamente 100% viabilizado pelas exportações para os EUA. Se tivermos uma tarifa de 50%, enquanto os concorrentes operam com 10%, ficamos fora do jogo”, destacou o presidente da FIERN. Segundo ele, 95% da produção nacional de sal está concentrada no RN, com exportações médias mensais entre um e dois navios. “Essa mudança tira o Brasil do radar comercial e, com isso, tira o Rio Grande do Norte também”, resumiu. Além da perda de mercado, a medida pode desencadear um efeito em cadeia sobre o setor produtivo local. “Um ambiente de vulnerabilidade como esse afeta diretamente a empregabilidade e o preço final dos produtos. Se os produtores reduzirem suas atividades por precaução, haverá impactos diretos na geração de empregos e na arrecadação do Estado”, alertou Serquiz. A fruticultura, por exemplo, tem sua principal safra iniciando em agosto — exatamente quando a tarifa poderá entrar em vigor. “Se o produtor tiver que reduzir o plantio ou a colheita por conta da perda de competitividade, todo o ciclo econômico do setor será afetado”, acrescentou. Articulação nacional A FIERN também pretende manter o governo estadual informado sobre os riscos para a economia potiguar. “Nosso papel é alertar e propor soluções. A indústria está mobilizada e espera que haja sensibilidade por parte dos governos brasileiro e americano para que essa medida seja revista”, finalizou Serquiz. Apesar da urgência, Serquiz destacou que ainda é cedo para prever o tamanho exato do impacto, uma vez que a medida ainda está em fase de anúncio e negociações podem ocorrer. “Temos menos de 24 horas dessa notícia e o prazo até agosto. É um tempo curto, mas suficiente para buscarmos uma solução inteligente e articulada, com diálogo entre os setores e os governos”, concluiu. NOVO NOTÍCIAS |
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