Foto: Adriano Abreu
Entre janeiro e novembro de 2025, a fruticultura potiguar respondeu por US$ 153,9 milhões em exportações para a União Europeia (UE), com destaque para melões, melancias, mamões, mangas e bananas. Esse desempenho representa cerca de 73,7% de toda a pauta exportadora do Rio Grande do Norte destinada ao bloco europeu, dado que reforça o papel estratégico do agronegócio estadual na geração de divisas e emprego. Os números são da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (Sedec), que aponta a UE como protagonista nas relações com o estado, cuja corrente de comércio com os países europeus ultrapassou US$ 275 milhões, com superávit de US$ 140,3 milhões a favor do RN.
Além da fruticultura, a pauta exportadora do estado para a União Europeia também inclui produtos como outros óleos combustíveis (US$ 33,9 milhões), querosene de aviação (US$ 5,2 milhões), minérios de tungstênio e concentrados (US$ 3,2 milhões) e granito (US$ 1,1 milhão). Segundo a Sedec, os dados refletem uma base produtiva diversificada e com potencial de ampliação de valor agregado.
O secretário Guilherme Saldanha, de Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Sape), destacou que o estado é atualmente o maior exportador de frutas do Brasil, com recordes frequentes de vendas. Segundo ele, a expectativa é de que o agro potiguar feche o ano com um volume próximo aos US$ 200 milhões em exportações. Já o pescado deve bater os US$ 300 milhões, conforme estimativas do secretário. “Tudo isso tem uma importância na geração de emprego e renda. Temos conseguido tornar o RN favorável a investimentos e a prova disso é a produção cada vez maior em áreas como o Distrito Baixo-Açu”, pontuou Saldanha.
Para Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex), os números relativos ao envio de frutas ao continente europeu têm a ver com os esforços para manter a qualidade dos produtos. Ele também citou o bom momento da safra potiguar como um dos fatores para os resultados.
José Álvares Vieira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), analisa que o desempenho da fruticultura em 2025 reafirma o setor como a âncora estratégica do comércio exterior potiguar. “Mas é preciso lembrar que o balanço anual ainda não está concluído e a atividade é regida por uma forte sazonalidade, com volumes que dependem crucialmente do desempenho da safra neste último trimestre. A percepção da Federação é de que o setor opera hoje em seu limite operacional e financeiro”, falou Vieira.
Segundo ele, este ano o produtor tem enfrentado uma combinação severa de pressões, como a elevação dos custos de produção, exigências fitossanitárias europeias e gargalos logísticos em portos e estradas. “São urgentes políticas públicas que garantam segurança jurídica, infraestrutura eficiente e ampliação do acesso ao crédito para garantir que o RN mantenha competitividade diante de um mercado global cada vez mais rigoroso”, afirmou o presidente da Faern. Países Baixos lideram ranking de parceiros De acordo com a Sedec, os Países Baixos lideram o ranking de parceiros comerciais do RN dentro do bloco, com US$ 127,2 milhões em importações de produtos potiguares, seguidos por Espanha (US$ 53,0 milhões), Portugal (US$ 15,8 milhões), Itália (US$ 4,8 milhões) e Alemanha (US$ 3,1 milhões). Juntos, esses cinco países concentraram aproximadamente 97,2% do total exportado pelo estado à União Europeia no período analisado. No sentido inverso, as importações provenientes da União Europeia demonstram, segundo a pasta, a relevância do bloco como fornecedor de bens estratégicos para o Rio Grande do Norte. Espanha (US$ 17,3 milhões), Alemanha (US$ 14,9 milhões) e Países Baixos (US$ 11,8 milhões) lideraram as vendas ao estado, com destaque para itens como as gasolinas (exceto para aviação), com US$ 11,2 milhões. Em seguida, figuram as caixas de papel ou cartão (US$ 5,0 milhões), os redutores, multiplicadores e caixas de transmissão (US$ 3,7 milhões) e as máquinas e aparelhos para encher caixas ou sacos com pó ou grãos (US$ 3,2 milhões). Também se sobressaem as outras máquinas de moldar borracha ou plástico (US$ 2,5 milhões), o azeite de oliva extra virgem (US$ 2,1 milhões) e as partes de outros motores, geradores e grupos eletrogeradores (US$ 2,0 milhões), compondo o conjunto dos principais itens importados pelo estado a partir do bloco europeu. O desempenho observado ao longo de 2025, conforme a Sedec, indica perspectivas positivas para a manutenção e ampliação das trocas comerciais entre o RN e a União Europeia, sustentadas pela regularidade das exportações, pela consolidação de mercados já atendidos e pela crescente demanda daquele continente por alimentos, energia e matérias-primas de origem confiável. “Nesse contexto, o fortalecimento da base produtiva, o ganho de eficiência logística e a agregação de valor aos produtos potiguares tendem a ampliar a participação do estado no comércio internacional, independentemente da formalização de novos instrumentos institucionais. Os resultados reforçam a importância de políticas públicas voltadas à promoção comercial, à inteligência de mercado e ao apoio aos setores exportadores, contribuindo para a continuidade do resultado positivo e para o desenvolvimento sustentável da economia potiguar no cenário global”, disse a Sedec. Tribuna do Norte |
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