Mesmo ciente de que a taxa de juros não deve sofrer um corte na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que começa nesta terça-feira (9), o governo espera sinais firmes do Banco Central sobre o início de um ciclo de afrouxamento monetário a partir de janeiro de 2026.
"A expectativa é de que a taxa comece a cair", disse à CNN a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Desde antes de assumir a pasta, quando estava à frente da presidência do PT, Gleisi tem vocalizado fortemente a pressão por reduções da Selic.
"O BC foi longe demais na política contracionista, que já deveria ter sido interrompida. Nenhuma economia pode conviver com juros reais acima de 10% e por um período tão prolongado", afirmou a ministra à CNN.
"O impacto mais grave foi sobre os juros da dívida, que já consomem 53% do orçamento. O mal já está feito também sobre o ritmo do crescimento, da geração de empregos e do investimento na produção e serviços."
Reservadamente, a equipe econômica acredita em uma mudança de tom no comunicado no BC, com a adoção de uma linguagem que sinalize o início de um ciclo de cortes a partir de janeiro.
No comunicado da última reunião do Copom, em novembro, houve algumas sutilezas que já animaram o governo nessa direção -- como o uso mais tênue do aviso de que o BC continuará "vigilante".
O ponto principal levantado pela equipe econômico, porém, é a queda da inflação nos últimos meses. O comunicado de novembro projetava o IPCA em 3,6% em 2026 e em 3,3% (acumulado em 12 meses) no primeiro trimestre de 2027 -- considerado o "horizonte relevante" da política monetária.
CNN
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