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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Políticos 'ignoram grito de jovens por maior representatividade'


Manifestação no Rio em julho de 2013 (Fernando Frazão/ABr)

fonte: bbc brasil
Governantes e políticos ainda não foram capazes de responder às demandas, vindas principalmente de jovens, por mais representatividade na política, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
Para eles, a desconfiança e a sensação de distanciamento dos jovens em relação ao sistema político, expressas principalmente durante as manifestações de junho de 2013, ainda estão presentes a três semanas do primeiro turno das eleições.Para David Fleischer, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília, a incapacidade de implementar os pedidos das ruas fez com que o sentimento de frustração com as instituições políticas evidenciado em 2013 – especialmente entre as gerações mais novas – continuasse neste ano.
"Esse foi o grande grito do ano passado: eu não me sinto representado. Os políticos ensaiaram fazer algumas reformas no sistema político, mas não deu em nada, não reformou nada", disse Fleischer.
Segundo Benedito Tadeu César, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a juventude se sente distante das formas institucionais de política.
"Esta juventude se sente órfã. O jovem não tem interesse por essa política que está aí. Ela não se reconhece nesses intrumentos", disse, acrescenteando que o atual modelo é fruto da sociedade industrial do século 19.

Reforma política

As demandas por novas formas de representatividade e participação políticas estavam no centro das manifestações de 2013 juntamente com reivindicações por melhorias na saúde, transporte e educação.
Durante as manifestações, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, propôs a convocação de um plebiscito que autorizasse uma constituinte exclusiva para a reforma política. Mas a proposta recebeu forte oposição no Congresso e acabou não progredindo.
"Fizemos um compromisso com a reforma política. Enviamos para o Congresso essa reforma política, não foi aprovada. Aliás, eu acredito que reforma política no Brasil vai exigir a participação popular e a consulta popular atráves de um plebiscito”, reiterou Dilma durante o primeiro debate presidencial desta campanha, transmitido pela TV Bandeirantes no dia 26 de agosto.
A necessidade da reforma política foi um ponto levantado por leitores da BBC Brasil em discussões nas redes sociais.


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