Fonte; Tribuna do Norte
Assuntos como gestão e conservação dos recursos hídricos e reuso de águas e de esgoto tratado foram os principais temas apresentados na manhã de ontem (20), no auditório do Praia Mar Hotel, no seminário “Água e Desenvolvimento Sustentável”, antecipando a comemoração do Dia Mundial da Água, 22 de março. O diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Varela, abordou a gestão dos recursos hídricos no Brasil, que é o país que tem a maior disponibilidade de água no mundo, embora somente 2,3% desse volume, de 91.071 metros cúbicos por segundo, seja captado e 1,61% consumido. Paulo Varela destacou que um dos principais desafios é o da qualidade da água e defendeu que todos os envolvidos com a questão hídrica trabalhem integrados. “Sem atuação integrada, nada dá resultado”, afirmou Varela.
O professor Cícero Onofre de Andrade Neto, da UFRN, lembrou que o reuso evita o custo alto do tratamento de esgoto, que é um dos fatores que justificam iniciativas desse tipo. Uma saída é o reuso de água e do esgoto tratado na irrigação, onde em alguns casos a água não precisa ser potável.
Algumas experiências mostram a viabilidade desse reuso. Águas eutrofizadas (com nutrientes) não são adequadas para o consumo humano, mas são ideais para a irrigação. Um experimento realizado no semiárido potiguar com o plantio de milho dá uma ideia sobre essa questão. Na parte da plantação irrigada com água potável (livre de nutrientes), a produtividade alcançada foi de 0,5 tonelada por hectare, enquanto na área cultivada com esgoto tratado e adubação, a produtividade foi de 5 toneladas por hectare, ou seja, dez vezes maior.
O professor da UFRN explica que não há empecilhos tecnológicos, financeiros, econômicos ou sociais para o reuso. Uma dificuldade existente, segundo ele, é o controle, seja no aspecto sanitário, ambiental, tecnológico, econômico, social ou legal.
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