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quarta-feira, 25 de maio de 2022

Defesa Civil de Natal alerta para risco de deslizamentos

 


Em Natal, o período chuvoso tem provocado alguns transtornos para a população como alagamentos, problema de fluidez no trânsito e queda de árvores. Segundo Gilmar Bistrot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a frente fria vinda da região Sul e o início do inverno deve ocasionar chuvas intensas no litoral e na região Agreste. Nesse sentido, a Defesa Civil Municipal emitiu um  alerta para risco de deslizamentos em encostas e intensifica suas ações de monitoramento. As pastas municipais de Mobilidade Urbana, Obras e Infraestrutura e Serviços Urbanos se organizam para lidar com os efeitos.

Na noite desta terça (24), chuvas causaram transtornos no trânsito de Natal, com engarrafamentos, e geraram alagamentos em Assu e na cidade de Mossoró. Em Natal, trechos da Romualdo Galvão e da BR-101 tiveram problemas de trânsito. Nas redes sociais, vários vídeos foram publicados com os problemas em Assu e em Mossoró. As imagens mostram ruas inteiramente alagadas e pessoas caminhando com água acima da cintura.

A frente fria que chegou ao RN, ocasionada por uma massa polar que se desprendeu do Polo Sul e avançou sobre o continente sul-americano trazendo chuvas, frio, geada e até neve nas regiões Centro Sul, impactou o estado com a formação de chuvas no Leste e Agreste potiguar. Segundo Bistrot, a proximidade do período de inverno também reforça as chuvas. “O impacto que observamos, já esperado, era a formação de chuvas e isso aconteceu no interior do estado entre a sexta, sábado, e domingo”, diz.

Gilmar também explica que a diminuição na temperatura se deve em decorrência da predominância do dia nublado, onde pouca radiação solar aquece a superfície. “Os dias estão começando um pouco mais frios até porque nos estamos nos aproximando da estação do inverno que começa em junho. Essas condições e chuvas deverão continuar presentes nos próximos dias, uma vez que estamos no período chuvoso aqui no litoral. No interior do estado, as chuvas deverão diminuir nos próximos dias”, comenta.

De acordo com a previsão de tempo da Emparn, as chuvas na capital potiguar devem continuar nos próximos cinco dias, a começar pela quinta-feira. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de perigo potencial para chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia e ventos intensos (40-60 km/h). Indicam baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Para o litoral leste, também há alerta de acumulado de chuva com risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios.

Diante disso, as equipes da Defesa Civil Municipal intensificaram as vistorias em áreas de lagoas e encostas. O órgão trabalha com plantão 24 horas, diariamente, para atendimento de ocorrências, monitoramentos e trabalhos preventivos nas áreas de risco da cidade. “Sempre que alertas são emitidos pelos órgãos de monitoramento climático, o trabalho é intensificado, visando prevenir danos à população. Diante das previsões com possibilidade de ocorrência de chuvas mais intensas, as equipes redobraram as atenções, tendo vistoriado as principais lagoas de captação da cidade. À noite, foi acrescentada uma equipe extra ao plantão”, informam em nota.

Também pontuam que continuam atentos e orientam a população a observar os eventuais sinais de risco. Ao identificar qualquer perigo, deve-se fazer contato com a Defesa Civil.

Lagoas de captação são monitoradas
A Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov) informa que realiza um trabalho diário de monitoramento nas lagoas de captação da cidade. Segundo Júlio Silva, chefe do setor de drenagem na Semov, nenhuma lagoa de captação transbordou esse ano, mas algumas áreas críticas estão sendo analisadas com mais afinco. Na zona Norte, a lagoa José Sarney, no bairro Potengi, e a lagoa dos Potiguares, localizada na comunidade de Morro Branco, zona Sul, demandam mais atenção e ligam um alerta para a Secretaria. 

O trabalho de monitoramento é realizado de forma periódica através de visitas diárias, tanto pela Semov como pela Defesa Civil. “Temos feito um trabalho de prevenção com a limpeza das lagoas e o nosso monitoramento. Quando ocorre uma chuva intensa, é muito imprevisível saber qual lagoa vai transbordar. Temos cerca de 60 lagoas de captação na cidade e já começamos os trabalhos da semana novamente porque é um ciclo. Choveu, a vegetação começa a crescer, o fluxo de água aumenta nos reservatórios e o pessoal aproveita o momento para despejar esgoto. Tudo isso contribui para dificultar o sistema de drenagem da lagoa natural”.

Um fator que tem dificultado a manutenção dos equipamentos é o furto do cabeamento elétrico das moto-bombas que realizam a drenagem. Em 2021, o chefe do setor comenta que foram registrados dez casos do tipo. Para combater esse cenário, a Semov prepara um projeto de implantação de monitoramento por câmeras nos locais. Ainda não há prazo definido para licitação, mas o secretário da pasta, Carlson Gomes, pediu a maior celeridade possível. “Fizemos um levantamento técnico e os dados já estão com a empresa responsável pela elaboração do projeto”, aponta Júlio Silva.

Sobre a ocorrência de buracos nas ruas de Natal, causados pela chuva, a Secretaria explica que a Operação Tapa Buracos, tanto para paralelepípedos como asfalto, está em processo de licitação. A expectativa é de que se tenha uma definição até o final do próximo mês. Diogo Queiroz, diretor do departamento de conservação, informa que os afundamentos que ocorrem nos períodos chuvosos são um grande problema enfrentado pela Semov.

“As galerias de águas pluviais ficam cheias e, por algum dano causado nessa rede de drenagem, acabam “absorvendo” o material e há um afundamento. Quando temos problemas na drenagem, normalmente no período de chuvas, é responsabilidade nossa. Quando o problema é da Caern, temos uma equipe que fiscaliza as interferências deles na pavimentação. A parte de drenagem diz respeito aos afundamentos e quando nos referimos a um buraco, o problema é só na pavimentação. Com afundamentos, o buraco é mais embaixo, precisamos usar máquinas e isso requer mais tempo e trabalho”, esclarece.

TRIBUNA DO NORTE 

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