Foto: REUTERS/AMANDA PEROBELLI
Uma nova plataforma de análise de dados está sendo desenvolvida pelo Hospital Israelita Albert Einstein para auxiliar o Ministério da Saúde na avaliação e fiscalização do funcionamento de unidades públicas de saúde e do uso dos recursos federais repassados.
O projeto se baseia no cruzamento de informações do departamento de informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e de outras fontes pertinentes. A expectativa é que, com o uso da ferramenta, também seja possível atualizar e elaborar políticas públicas relacionadas ao tema, além de fazer comparações entre estados e municípios.
A Pamdas (Plataforma de Auditoria e Monitoramento de Dados em Saúde) será executada no âmbito do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS) e vai abranger detalhes de tratamentos complexos, do ponto de vista de infraestrutura e de gestão hospitalar. Além disso, profissionais da Auditoria-Geral do Sistema Único de Saúde (AudSUS) serão capacitados em inteligência artificial para o manejo da ferramenta.
A iniciativa visa garantir agilidade à rotina dos auditores, sistematizando e informatizando processos já realizados, o que permite identificar e solucionar problemas de estrutura e alocação de recursos em larga escala. O que se espera da ferramenta é que o cruzamento dos dados forneça alertas de possíveis inconformidades que serão investigadas por auditores. O projeto deve ser concluído até o final de 2023, quando será realizado um relatório das principais análises do triênio de 2021-2023.
Segundo a consultora de análises do Einstein, Caroline Bianca Carvalho Candido, a proposta da plataforma é de que haja agilidade no processo de auditoria, pois a ferramenta envolve a automação de diversos roteiros e indicadores, gerando maior escalabilidade e apontando as possibilidades de análise e auditoria de forma mais ágil, dando aos auditores mais visibilidade, de maneira mais rápida e proativa.
“O objetivo da plataforma é validar se o serviço está sendo executado conforme diretrizes de saúde, e gerar ações que garantam a correta execução dos procedimentos e, consequentemente, resultar em um melhor atendimento para a população. Outro fator relevante é que, gerando indicadores sobre a correição da aplicação dos recursos do SUS, garante-se a melhor distribuição do recurso que está sendo empregado no lugar e de forma correta”, disse a analista.
Sobre o Proadi-SUS
O Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.
Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Os recursos do programa são oriundos da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do Proadi-SUS destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial; e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.
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