Petty Officer 3rd Class Gladjimi Balisage
Os Estados Unidos substituem nesta sexta-feira (12) o chefe do Comando Sul (SouthCom), divisão das Forças Armadas norte-americanas responsável pela atuação do país no Caribe, América Central e América do Sul.
O movimento faz o governo brasileiro considerar a data da mudança, 12 de dezembro, como chave para uma ação militar dos americanos na Venezuela.
O motivo é que sai um comandante, nomeado por Joe Biden, contrário a uma ação militar na região. No lugar, entra um militar mais alinhado a Donald Trump, que defende as ações do atual comando da Casa Branca.
O novo comandante que assume nesta sexta-feira (12) é o Tenente-brigadeiro da Força Aérea Evan L. Pettus, atual vice-comandante militar. Ele assume no lugar do Almirante Alvin Holsey após apenas 13 meses no cargo, algo atípico.
A leitura no Palácio do Planalto, Itamaraty e nas Forças Armadas brasileiras é de que com a troca deve ficar mais próxima uma ação dos Estados Unidos contra a Venezuela.
A aposta é em algo cirúrgico, como a incapacitação de radares antiaéreos, que tornariam qualquer reação venezuelana impossível.
Também há o entendimento no Brasil de que é possível uma ação similar à que os Estados Unidos fizeram no Irã, em junho deste ano, com bombas de penetração maciça para neutralizar alvos militares ou de energia. No Irã, o ataque foi a instalações nucleares.
O Brasil já se prepara para os efeitos do possível ataque. Um deles é o aumento da imigração pela fronteira com Roraima.
Muito embora os relatórios mais recentes da Operação Acolhida do Exército brasileiro apontem estabilidade nas últimas semanas na entrada de venezuelanos pela fronteira em Roraima, há uma previsão de que possa haver um aumento com uma ação americana.
Em especial de desertores, militares venezuelanos foragidos ou mesmo civis que servem ao regime de Nicolás Maduro.
A avaliação no governo brasileiro é de que é grande a chance de os Estados Unidos agirem na Venezuela, mas deixarem as consequências para gerenciamento dos países vizinhos, em especial Brasil e Colômbia.
Um receio que cresceu nos últimos dias é a possibilidade de facções criminosas brasileiras e venezuelanas ligadas ao narcotráfico aproveitarem o cenário incerto para intensificar sua atuação na região.
Na Venezuela, há o “El Tren de Aragua” (O Trem de Aragua, em tradução livre). O grupo é classificado como a maior e mais poderosa gangue criminosa da Venezuela, segundo relatórios da organização Insight Crime e do governo dos Estados Unidos.
CNN
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