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quarta-feira, 11 de março de 2015

Em semana de protestos, MST invade a sede do Incra em Natal



fonte: Novo Jornal 

Centenas de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST) ocuparam ontem, por volta das 11h, a sede da Superintendência Estadual do Incra, na Rua Potengi, em Petrópolis. A ocupação faz parte das ações da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas contra o agronegócio e pela reforma agrária.   Os manifestantes chegaram ao local de ônibus fretado e até mesmo um escolar, de onde saltaram para se instalar na sede do Incra com foices, colchões e botijão de gás, sob  a chuva que caia no mesmo horário. Por causa da ocupação, os servidores do instituto tiveram de ir para casa mais cedo.    Hoje, às 14h30, haverá reunião entre as lideranças do MST e o superintendente estadual do Incra, Vinícius Ferreira de Araújo, que recebeu a pauta do Movimento ontem via e-mail.    Segundo Érica Rodrigues, da coordenação de comunicação MST no Rio Grande do Norte, o aluguel dos ônibus que transportaram os trabalhadores rurais foi pago por meio de cotas da organização interna do movimento. A maioria dos militantes engajados nesta ação é de sem terras de Mossoró, Apodi, Carnaubais, região Oeste do Estado, frisou ela.    Um ônibus escolar utilizado para transporte dos manifestantes, segundo ela, estava fora do horário de transporte dos estudantes, mas não quis informar a procedência do veículo. Por estar fora do horário de aula, explicou, não houve prejuízo para o transporte de alunos.   Érica Rodrigues disse que a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas reivindica a soberania alimentar para os trabalhadores sem terras e, principalmente, protesta contra a violência no campo e o agronegócio, que no Estado avança a cada dia, segundo contou.   A ocupação que começou ontem, explicou, é por tempo indeterminado até que o Incra atenda as reivindicações  por mais terras para assentamentos e urgência nas vistorias para desapropriações com fins de reforma agrária no RN.    “Não é só conquistar a terra. Nós queremos condições para morar e trabalhar na terra”, ressaltou Érica Rodrigues. Segundo ela, muitas famílias assentadas no Estado passam por dificuldades por falta de infraestrutura mínima.   Jailma Lopes, também da coordenação de comunicação, explicou que a luta da mulher do campo é contra a violência e discriminação do estado. “Por isso, lutamos contra a discriminação de gênero”, ressaltou ela.   No campo, explicou, a concessão de linhas de crédito é feita em nome dos homens e as mulheres querem igualdade de condições para ter direito aos benefícios.    Na pauta de reivindicações entregue ao Incra, ontem, constam demandas históricas que nunca foram atendidas. As mulheres querem a imediata vistoria de acampamentos como o Dorothy, em Ceará-Mirim, que há dez anos espera vistoria do Incra, como outros na região. “Queremos a emissão de posse”, reivindicou Jailma Lopes.    A infraestrutura reivindicada inclui construção de estradas para escoamento da produção agroecológica e camponesa. “Uma verdadeira reforma agrária que combina a democratização da terra com a produção de alimentos saudáveis, diversificados e mais baratos para quem vive no campo e nas cidades”, explicou Jailmo Lopes. O MST condena o modelo do agronegócio baseado em monoculturas e uso de agrotóxico para a produção de alimentos.     Incra    O superintendente do Incra no Estado, Vinícius Ferreira de Araújo, enquanto aguardava para se reunir com as lideranças do movimento explicou que o Estado tem cerca de 20  mil famílias em quase 300 assentamentos. Há em curso cerca de 80 processos de desapropriação, sendo 40 do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terras) e entre 30 e 40 da Fetarn (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do RN). As reivindicações entregues pelo MST, ontem, serão analisadas pelo Incra em parceria com a Delegacia do Ministério da Reforma Agrária (MDA) no Estado.    Segundo o delegado do MDA no Estado, Dário Andrade, todas as demandas dos movimentos no Estado são entregues ao Incra. Somente após isso, o Incra discute as demandas com o Ministério, que monitora, acompanha e supervisiona as ações de reforma agrária no RN.


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