Metade das escolas do RN não possui bibliotecas
Os esforços do poder público em dotar as escolas oficiais de bibliotecas ainda estão longe de ser sentido em Natal e no Rio Grande do Norte, até de forma a mudar o comportamento e o hábito de leitura dos jovens estudantes. A diretora executiva do Instituto de Desenvolvimento da Educação, Cláudia Santa Rosa, o problema estrutural aponta para isso, pois conforme o próprio Censo Escolar dentre 50% e 60% delas não têm bibliotecas ou um espaço específico para acomodação de livros.
“A comunidade escolar que respondeu ao Censo não reconhece, mesmo havendo um pequeno espaço, que tenha alguma biblioteca ou estante com livros”, afirmou Cláudia Santa Rosa, que também participou de um estudo de desenvolvimento do comportamento de leitores, feito em 180 escolas entre os anos de 2011 e 2012, no qual constatou-se, ainda assim, um crescimento vertical na relação das crianças, dos jovens e professores, “onde há projetos sistemáticos e consistentes de formação de leitores”.
Para Cláudia Santa Rosa, o óbvio era de se esperar que todas as escolas alvo do estudo tivesse um trabalho de formação de leitores, “mas infelizmente, em termos práticos, isso não acontece”.
Segundo ela, as escolas que têm projetos e tomam isso como uma estratégia, conseguem avanços na mudança comportamental e dos hábitos de leituras dos alunos, mas existem muitas escolas “que ainda não compreenderam essa importância”, inclusive com envolvimento de toda a sociedade e do gestor público.
Cláudia Santa Rosa afirmou que existe uma carência de biblioteca, um problema que não é só do Rio Grande do Norte, mas de todo o Brasil: “O último estudo do projetos “Todos pela Educação”, dá conta que para chegar em 2020, que é o prazo estabelecido pela lei federal nº 12.244/ 2010, para que todas as escolas públicas e privadas do país tivessem uma biblioteca, precisaria abrir 34 bibliotecas por dia”. Segundo ela, “só ai se vê o tamanho do déficit” de bibliotecas, devido a falta de uma política pública “que valorize o livro e a cultura, a gente tem uma dívida histórica com as áreas cultural e educacional”.
Santa Rosa pegou o exemplo da Biblioteca Câmara Cascudo, em Natal, que está interditada para uma reforma que se arrastava há quatro anos, mas já começou na última quinzena de maio. O custo da reforma é de R$ 919,96 mil e está a cargo da construtora Flague. O acervo está encaixotado ou postos em estantes na própria biblioteca, na rua Potengi, em Petrópolis.
Ela criticou a demora na reforma da Biblioteca Câmara Cascudo, “que deveria cuidar e agregar todo o sistema municipal e estadual de bibliotecas escolares e comunitárias” do Rio Grande do Norte. “Por aí a gente avalia a situação das demais, pois hoje Natal só dispõe da Biblioteca Esmeraldo Siqueira, na Capitania das Artes, e a gente não conhece nenhuma ação ou programa consistente e sistemático de atividades para atrair a comunidade escolar”.
fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/metade-das-escolas-do-rn-nao-possui-bibliotecas/251849 |
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