Dá para vencer a corrupção?

Dá para vencer a corrupção?

Dá para vencer a corrupção? A pergunta foi elaborada pela revista Exame, em seu último número, ao levantar alguns dados impressionantes sobre os desvios no Brasil.

Exame diz que o Congresso transformou a corrupção em crime hediondo e aprovou o projeto de punição a empresas por crimes de corrupção. Mas só ameaçar com leis mais duras não resolve o problema, ressalta a revista da Abril.

Vamos aos dados, lembrando que a corrupção existe no mundo todo:

A corrupção suga cerca de 2% do PIB brasileiro por ano. No mundo, a média é de 0,5% do PIB. Em 2012, o percentual brasileiro representou perdas correspondentes ao PIB da Eslováquia: 85 bilhões de dólares.

Em se tratando do número de processos por crimes contra a administração pública  ou por improbidade que aguardam julgamentos, o Brasil soma 250 mil processos, dos quais apenas 1.100 têm sentenças definitivas. Nesse ritmo, o julgamento dos atuais processos vai levar 227 anos.

Entre os países vistos como menos corruptos (total de 176 nações), o Brasil ocupa a 69º posição. Os menos corruptos são Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia, Suécia, Singapura, Suíça, Austrália, Noruega, Canadá e Holanda.

A corrupção do Brasil não envolve apenas o setor público. Em uma pesquisa feita em 36 países, 20% das empresas afirmam já ter perdido negócios porque seus concorrentes pagaram propina para ganhar a disputa.

Os maiores pagadores de propina (países onde ficam as sedes das empresas mais corruptoras) estão na Holanda (1º lugar), Suíça (2º), Bélgica (3º), Alemanha e Japão (4º), Austrália e Canadá (5º), Singapura e Reino Unido (6º), Estados Unidos (10º) e Brasil (14º).

Mas nos países desenvolvidos, as punições costumam ser mais rápidas. A sentença final em casos de corrupção no Brasil demora mais de dez anos. Nos Estados Unidos, ela demora menos de um ano. 

A justiça americana tem um histórico de punir exemplarmente as empresas envolvidas em corrupção: a Siemens, empresa alemã, foi multada em 800 milhões de dólares por pagar 1 bilhão de dólares em propinas no ano de 2008.

A Halliburton, empresa americana de óleo e gás, foi multada em 579 milhões de dólares por pagar subornos na Nigéria.

E a BAE, empresa britânica, foi multada em 400 milhões de dólares por subornar governos em 2010 na venda de equipamentos de defesa.

Conclusão da reportagem da Exame: Não adianta aprovar uma lei e ela nunca sair do papel. Para coibir a corrupção, é preciso mais agilidade da Justiça no julgamento dos casos - e punições rigorosas e efetivas.

Diógenes Dantas

FONTE: NOMINUTO.COM