Fonte: DW
A greve geral convocada para esta sexta-feira (28/10) pela oposição da Venezuela foi cumprida de forma parcial em Caracas e em outras cidades do país, segundo informou a imprensa local.
Na capital, a paralisação no comércio e em escritórios foi seguida em maior parte na zona leste da cidade, enquanto nos bairros populares a participação foi menor. Os colégios ficaram quase desertos pela ausência de alunos, assim como universidades e outras instituições de ensino e pesquisa.
De acordo com o site do jornal espanhol El País, o trânsito e o movimento nas ruas de Caracas, principalmente no centro e na zona leste, estavam mais calmos do que um dia útil normal, porém mais agitados do que um feriado. Serviços de transporte público funcionaram normalmente.
Durante a manhã, em zonas tradicionalmente muito concorridas e com grande atividade comercial, como Sabana Grande, poucas lojas abriram as portas e era escassa a presença de pessoas. Foram também menores as filas junto a supermercados na tentativa de adquirirem produtos básicos. De acordo com agências de notícias, o movimento no comércio aumentou no decorrer da tarde.
O sucesso real da greve é algo difícil de se avaliar, dadas as suas características. Na última quarta-feira, quando uma paralisação de 12 horas foi anunciada pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), seus líderes fizeram questão de enfatizar que se trataria de uma "greve cívica", e não se esperava, por exemplo, o fechamento de estabelecimentos comerciais e indústrias.
Na ocasião, Jesús Torrealba, secretário-executivo da MUD, disse que a paralisação seria "um protesto contra a violação do direito ao voto" e apelou para que, nesta sexta-feira, os venezuelanos "deixassem as ruas vazias e o país deserto". O anúncio aconteceu ao fim de uma série de manifestações em várias cidades da Venezuela, quando milhares de pessoas exigiram a revogação do mandato do presidente Nicolás Maduro.
Na quinta-feira, o líder venezuelano havia advertido que o governo faria uma inspeção nas empresas dos setores agroindustrial e farmacêutico do país. Segundo ele, aquelas que aderissem à greve geral seriam "recuperadas pela classe operária". "Empresa parada, empresa recuperada pela classe operária. Não vou hesitar, nem aceitar nenhum tipo de conspiração", declarou Maduro.
Oposição versus governo
Enquanto a aliança opositora declara que a paralisação foi um sucesso, o governo chama de fracasso. Por meio de uma rede social, a MUD afirmou que "as ameaças de Maduro não intimidaram a população" e publicou dezenas de imagens que mostram ruas com pouco trânsito e movimento.
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