Fonte: Poder 360
Em meio às repercussões da operação Carne Fraca, o presidente Michel Temer (PMDB) convidou cerca de 40 embaixadores de países importadores de carne brasileira para jantar em uma churrascaria de Brasília.
O peemedebista fez o convite durante a abertura de uma reunião na tarde deste domingo (19.mar.2017) no Palácio do Planalto. A sugestão gastronômica foi do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
“Eu, na verdade, quero convidá-los a todos para que nós possamos sair daqui. Quem puder aceitar o convite, que nós aqui do governo vamos fazer, e vamos todos a uma churrascaria para comer a carne brasileira”, disse o presidente.
Temer levou os diplomatas à churrascaria Steak Bull –onde funcionava o falido restaurante Porcão, próximo ao lago Paranoá.
Representantes do setor agropecuário, ministros e embaixadores participaram de reuniões com o presidente Michel Temer (PMDB) na tarde de hoje. O peemedebista anunciou medidas para conter uma possível crise a partir da operação Carne Fraca.
NA CHURRASCARIA
O Planalto reservou 80 lugares no restaurante. Compareceram representantes de 27 países: 19 embaixadores e 8 encarregados de negócio das embaixadas. Os ministros Blairo Maggi (Agricultura), Moreira Franco (Secretaria Geral), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e o secretário-geral das Relações Exteriores, Marcos Galvão, também estiveram presentes.
O rodízio de carnes da Steak Bull custa R$ 119 reais, descontando o valor pago por bebidas e serviço. A churrascaria serve carnes importadas de países como Uruguai, Argentina e Austrália, mas oferece também cortes brasileiros. Não foi possível identificar qual a procedência dos alimentos à mesa do presidente.
O gerente-geral da churrascaria, Paulo Godoi, disse que o presidente comeu apenas carne brasileira.
“A picanha que servimos é do frigorífico Minerva. Temos também JBS, Marfrig. Teve também embutido da Seara e uma linguiça apimentada da Aurora”, afirmou Godoi.
O gerente confirmou que a casa também trabalha com carnes importadas, como a australiana.
“A gente compra de acordo com o preço. É uma questão de oferta e procura. Em alguns momentos a gente tem sim picanha australiana, mas que hoje, por acaso, não foi servido, porque estamos sem estoque. A gente compra a australiana quando ela está mais barata que a nacional”.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República informou que “todas carnes servidas, neste domingo, ao presidente Michel Temer e aos embaixadores convidados para jantar na churrascaria Steak Bull foram de origem brasileira”. Leia aqui a íntegra do comunicado.
A assessoria da Presidência da República afirmou ainda que governo pagou apenas a conta do presidente e dos diplomatas. O peemedebista sentou-se entre os embaixadores da China e de Angola (imagem abaixo):
MEDIDAS ANUNCIADAS
Antes do jantar, o presidente Michel Temer anunciou que o governo decidiu acelerar a auditoria nos 21 frigoríficos citados na investigação da Polícia Federal (PF).
“Todas as 21 unidades serão imediatamente colocadas sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força tarefa especifica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (…) É o mínimo em relação ao grande número de plantas frigoríficas que temos em nosso país.”, disse.
O peemedebista usou sua fala também para amenizar o alcance das irregularidades
“É importante sublinhar que de 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura, apenas 33 estão sendo investigados. E das 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal. Delas, apenas 21 supostamente envolvidas em eventuais irregularidades”, afirmou o presidente.
O presidente informou que o Ministério da Agricultura deve divulgar nesta 2ª feira (20.mar) quais países receberam produtos dos frigoríficos sob suspeita.
“Destas 21 unidades, apenas 6 delas exportaram nos últimos 60 dias. Devo até registara que a partir de amanhã o MAPA informará quais países receberam esses produtos, quais foram esses produtos, e a origem empresa por empresa”.
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