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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Brasil crescerá mais que França, Japão, EUA e Alemanha em 2022


 As novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que, em 2022, o Brasil terá um crescimento econômico maior que quatro das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Alemanha, França e Japão. O FMI ampliou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2,8%, este ano, ante 1,7%, indicado na estimativa anterior, de julho. A estimativa para as economias avançadas é  de 2,5% para a França; 1,7% para o Japão; 1,6% para os Estados Unidos; e 1,5% para a Alemanha, em todos os casos, considerando a mais recente estimativa do FMI.

A nova projeção do FMI para o desempenho da economia brasileira neste ano também fica acima ainda dos índices estimados para vizinhos sul-americanos como Chile (2,0%), Paraguai (0,2%) e Peru (2,7%).

Em janeiro, o FMI reduziu a previsão de crescimento econômico deste ano para o Brasil de 1,5% para 0,3%. Em abril, a instituição reviu a projeção para 0,8%. No mês de agosto, as expectativas para a expansão do PIB brasileiro estavam em 1,7%.
Nesse mesmo intervalo, o órgão reduziu a estimativa para o crescimento médio das economias avançadas em 2022 — projetado em 3,9% em janeiro. Na projeção seguinte, publicada em abril, a estimativa caiu para 3,3%. No mês de julho, uma nova revisão derrubou a expectativa dessa expansão para 2,5%.

Para os Estados Unidos, por exemplo, a projeção de crescimento do PIB em 2022 estava em 4% no mês de janeiro. Na publicação de abril, o número caiu para 3,7% e chegou a 2,3% em julho. No mês de janeiro, a instituição projetava o crescimento do PIB alemão em 3,8%, e o da economia francesa em 3,5%. Do mesmo modo, no mês de julho, as previsões mudaram para 1,2% e 2,3%, respectivamente.

Em agenda de Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Conselhos de Governadores do Grupo Banco Mundial (GBM) em Washington (EUA), Paulo Guedes, comentou a tendência de revisões das estimativas de crescimento, para cima; e de inflação, para baixo, feitas tanto por agentes internos como externos. "O estoque de investimentos privados no Brasil já contratados para os próximos anos assegura o crescimento", explicou o ministro.

O ministro da Economia acredita que o fundo ainda subestima o potencial da economia brasileira. “Possivelmente, estão prevendo um crescimento baixo, porque estão achando que o outro candidato vai ganhar, e isso vai ser muito ruim para o crescimento”, afirmou o ministro.

“Quando se faz uma mudança estrutural forte na economia, que é o nosso caso, os modelos antigos perdem a aderência”, explicou o ministro. “Eles [o FMI] estavam prevendo crescimento baixo baseado em investimento público, que está caindo há 20 anos. Então, cada vez mais, o país cresce menos, o que era uma verdade, um fato. Mas mudamos o modelo econômico e agora é baseado em investimentos privados. Temos R$ 900 bilhões de investimentos privados já contratados”, disse ele.

Com a revisão, a alta do PIB prevista pelo FMI para 2022 fica também acima da percepção de analistas de mercado, conforme informações captadas pelo boletim Focus, do Banco Central. O mais recente boletim apurou expectativa de alta de 2,7% para a economia brasileira neste ano. A projeção do FMI para o PIB de 2023 aponta para crescimento de 1%, também acima da expectativa dos agentes de mercado, de 0,54%, conforme apontou o boletim Focus de 7 de outubro.

PIB
Últimas projeções de crescimento 

Economias avançadas
Alemanha: 1,5%
França: 2,5%
Itália: 3,2%
Espanha: 4,3% 
Japão: 1,7%
Reino Unido: 3,6%
Canadá: 3,3%
Estados Unidos: 1,6%

Economias emergentes e em desenvolvimento
China: 3,2%
Índia: 6,8%
Rússia: -3,4%
Brasil: 2,8%
México: 2,1%
Arábia Saudita: 7,6%
Nigéria: 3,2%
África do Sul: 2,1%

Fonte: FMI, World Economic Outlook, Outubro 2022

Brasil tem se mostrado “à frente da curva”, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes,apresentou na terça-feira (11), durante a 46ª reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma declaração avaliando que as condições financeiras adversas reduzem as estimativas de crescimento na maioria das regiões do mundo, mas pondera que dentro desse cenário, o Brasil tem se mostrado “à frente da curva”, pois já colocou em prática ações oportunas e decisivas para garantir a sustentabilidade fiscal e combater a inflação.

De acordo com o documento, o atual panorama global de desaceleração econômica – com juros mais altos, valorização do dólar e fluxo de capital voláteis – aumenta significativamente os riscos de dificuldades financeiras nos mercados de crédito. Tal quadro é reflexo dos gargalos de abastecimento provocados pela pandemia da covid-19 que foram acentuados pela guerra no leste Europeu, levando à alta dos preços de alimentos e energia em escala mundial.

Sobre a situação no Brasil, o documento aponta ações adotadas pelo País para assegurar a sustentabilidade fiscal e o combate à inflação, as quais possibilitaram superávits fiscais primários a partir de agosto de 2021; o retorno da dívida pública aos níveis pré-pandemia (77,5% do PIB em agosto de 2019 e agosto de 2022); e a continuidade da assistência emergencial.

O material lembra que o Banco Central do Brasil foi um dos primeiros a reagir de forma decisiva às pressões inflacionárias, iniciando seu ciclo de aperto monetário em março de 2021. Também ressalta os esforços do país para reequilibrar economia doméstica, tanto no plano fiscal quanto no monetário.

A arrecadação brasileira de impostos aumentou 17,5% no ano passado, de acordo com a declaração, que salienta que o déficit fiscal primário em 2021, como proporção do PIB, foi inferior aos anos pré-pandemia. Como resultado, o crescimento do PIB vai superar expectativas pouco otimistas que, no início do ano, apontavam alta de 0,3%.

O documento fala da importância de os bancos centrais adotarem postura de “determinação inabalável” na luta contra a inflação, o que exige a manutenção das taxas de juros elevadas por um período prolongado. Na avaliação do ministro, após atrasos consideráveis, as economias avançadas começaram a adotar uma política monetária mais restritiva em relação à alta da inflação e à desaceleração econômica pelas quais passa a economia global.

O Brasil representa um grupo de países no FMI. O material apresentado resume a avaliação dos principais temas na conjuntura econômica atual mundial e reflete o entendimento de cada país sobre sua própria experiência. Além do Brasil, o documento expressa as avaliações de Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, República Democrática de Timor-Leste e Trinidad e Tobago.

Poupança deixa de perder para inflação após dois anos
O recuo da inflação em setembro trouxe uma surpresa para os investidores da aplicação financeira mais tradicional do país. Pela primeira vez em dois anos, a caderneta de poupança deixou de perder da inflação.

Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,29%, conforme divulgou ontem (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a inflação oficial acumula 7,17%.

De acordo com a Calculadora do Cidadão, disponível na página do Banco Central (BC) na internet , uma aplicação na caderneta de poupança rendeu 7,27% em 12 meses. O valor considera uma aplicação feita em 11 de outubro do ano passado e que não foi mexida até a terça-feira (11).

A última vez em que a poupança tinha superado a inflação ocorreu em agosto de 2020, quando a caderneta havia rendido 0,45% acima do IPCA em 12 meses. Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país. O pior momento ocorreu em outubro de 2021, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no acumulado de 12 meses.

De março de 2021 a agosto deste ano, o BC elevou a taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% para 13,75% ao ano. O IPCA, que até julho deste ano superava os dois dígitos no acumulado em 12 meses, recuou após três deflações consecutivas provocadas principalmente pelo corte de impostos em combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo. Esses dois fatores aos poucos reverteram a perda da poupança para a inflação.

Perspectivas
Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro do ano passado. Quando os juros básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende 70% da Selic.

Nos próximos meses, a poupança continuará a ganhar da inflação. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com investidores divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado previam que o IPCA deve fechar 2022 em 5,71%. Como o boletim Focus também prevê que a Selic encerrará 2022 em 13,75% ao ano, a caderneta continuará rendendo em torno de 7,5% no acumulado de 12 meses.

A melhoria do rendimento deve ajudar a conter a fuga recorde de recursos da poupança observada este ano. De janeiro a setembro, os brasileiros sacaram da aplicação financeira R$ 91,07 bilhões a mais do que depositaram. Somente no mês passado, a retirada líquida (diferença entre depósitos e saques) chegou a R$ 5,9 bilhões.

Regras
A rentabilidade da poupança é regulamentada pelo governo e os bancos não podem simplesmente oferecer uma poupança que renda mais ou menos do que a de outro banco. Quando você abre uma conta poupança, está emprestando seu dinheiro para uma instituição, que vai poder usá-lo e depois devolvê-lo com juros no futuro. As regras de rendimento da conta poupança foram alteradas em maio de 2012 para manter a sua rentabilidade sempre abaixo da Selic, a taxa básica de juros da economia.

O motivo de o rendimento da poupança ser regulamentado é justamente para que ele sempre se mantenha menor do que a Selic, já que o próprio governo também tem o seu sistema de “pegar dinheiro emprestado a juros” com os títulos públicos.

Tribuna do norte

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