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domingo, 23 de outubro de 2022

Guerra na Ucrânia: ataques da Rússia deixam 1,5 milhão de casas sem eletricidade, diz Zelensky

 


A Rússia lançou novos ataques em grande escala contra a rede de energia da Ucrânia neste sábado (23/10), disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Ele disse que a ofensiva teve grande amplitude, atingindo oeste, centro, sul e leste ucranianos.

Quase 1,5 milhão de residências ficaram sem eletricidade, segundo o governo ucraniano.

Mas Zelensky declarou que a maioria dos mísseis e drones russos estavam sendo derrubados, e que os ataques ordenados por Moscou não impediriam um avanço militar ucraniano.

"É claro que ainda não temos capacidade técnica para derrubar 100% dos mísseis russos e atacar os drones. Chegaremos gradualmente a isso — com a ajuda de nossos parceiros. Estou confiante nisso", disse o presidente ucraniano em mensagem por vídeo na noite de sábado.

Quase um terço das usinas de energia e outras instalações de geração de energia da Ucrânia foram destruídas em uma onda de ataques aéreos desde segunda-feira (17/10).

A operadora de eletricidade do país, a Ukrenergo, disse que os novos ataques podem ter causado mais danos do que o intenso bombardeio no início deste mês.

Zelensky disse que 36 foguetes foram lançados no sábado, e a maioria deles foi derrubada.

O vice-prefeito da cidade de Lviv (oeste ucraniano), Serhiy Kiral, disse à BBC no sábado que a estratégia da Rússia era danificar a infraestrutura mais importante antes do inverno e assim estender os efeitos da guerra para além da linha de combate.

"Quanto mais sucesso as forças armadas ucranianas tiverem no front, pior será para as pessoas no front doméstico, porque a Rússia fará todo o possível para atingir civis e infraestrutura crítica", disse ele em entrevista ao programa de rádio Newshour.

Na sexta, Zelensky acusou a Rússia de colocar minas em uma barragem hidrelétrica na região de Kherson, no sul da Ucrânia, que está sob o controle das forças de Moscou.

Ele disse que se a usina for destruída, centenas de milhares estarão em perigo pelo risco de inundações. A Rússia negou ter planejado explodir a barragem e disse que a Ucrânia estava disparando mísseis contra ela.

Milhares de civis estão deixando a cidade de Kherson nos últimos dias, à medida que as forças ucranianas avançam.

E no sábado, uma nova diretriz das autoridades russas de ocupação foi divulgada, renovando seu apelo para que os civis saiam "imediatamente".

A transferência ou deportação de civis por uma potência ocupante do território ocupado é considerada um crime de guerra. Em setembro, a ONU disse que havia acusações de deportação forçada de crianças ucranianas de áreas ocupadas pela Rússia.

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzia, disse que as acusações são infundadas.

Do outro lado da fronteira, na região russa de Belgorod, o governador local disse que duas pessoas foram mortas no bombardeio ucraniano.

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63362127

BBC


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