As exportações do Rio Grande do Norte registraram um crescimento expressivo nos últimos dez anos, passando de US$ 318 milhões em 2015 para um recorde de US$ 1,113 bilhão em 2024. O aumento de 250% no período foi impulsionado, principalmente, pela ampliação das vendas de fuel oil e pela valorização do dólar. Os quatro produtos mais exportados pelo estado na última década foram fuel oil (US$ 1,48 bilhão), melões frescos (US$ 969,1 milhões), melancias frescas (US$ 320,4 milhões) e sal marinho a granel (US$ 232,4 milhões).
A análise da Balança Comercial do RN no período foi elaborada pelo Sebrae. De acordo com o documento, as exportações mantiveram uma tendência de alta, com algumas oscilações. O avanço mais significativo ocorreu entre 2023 e 2024, quando houve um salto de 42,55%, passando de US$ 781 milhões para US$ 1,113 bilhão. O principal fator para esse crescimento foi a alta de 118% nas exportações de fuel oil que, desde 2018 apresenta crescimento contínuo. Esse foi o principal produto exportado no último ano, chegando a US$ 558,7 milhões, seguido por melões frescos (US$ 120,1 milhões), gasóleo (US$ 86,7 milhões) e melancias frescas (US$ 52,9 milhões).
Já os produtos exportados com maior valor agregado por quilograma foram tecidos de algodão (US$ 5,84/kg), que totalizaram US$ 23,8 milhões, destacando-se como um dos itens mais valorizados na pauta de exportações do estado. Melões frescos (US$ 0,70/kg) e gasóleo (US$ 0,67/kg) aparecem na sequência. Apesar do crescimento das exportações, os dados indicam que a economia do RN ainda é fortemente baseada em produtos de alto volume e baixo valor agregado.
Fuel oil e gasóleo (óleo diesel) ajudaram a consolidar o modal marítimo como o principal meio de escoamento da produção para outros países. Esses produtos representaram 79,80% do total exportado pelo Porto de Natal em 2024, enquanto as frutas frescas, como melões e melancias, responderam por apenas 1,81% do volume exportado pelo porto.
Em 2024, 91,12% do valor total exportado foi realizado por via marítima, somando US$ 1,01 bilhão. O Porto de Natal foi responsável por 70% desse volume, totalizando US$ 711,5 milhões, enquanto o Porto de Mucuripe, em Fortaleza/CE, manteve-se como uma alternativa estratégica para exportação de frutas frescas.
Os dez municípios potiguares que mais exportaram entre 2015 e 2024 concentram 70% da balança comercial do estado. Guamaré lidera o ranking com US$ 759,3 milhões (66,4% do total), seguido por Mossoró (US$ 135,6 milhões – 11,8%) e Natal (US$ 53,2 milhões – 4,6%). Outros municípios que se destacam na pauta exportadora são Baraúna, Pendências, Parnamirim, Macau, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Parelhas.
Mercados compradores
Nos últimos dez anos, 70% das exportações do RN tiveram como destino apenas seis países. Os Países Baixos (Holanda) foram o maior parceiro comercial, com 18% do total exportado nesse período, sendo o melão o produto mais exportado para esse mercado (US$ 331,9 milhões). Os dados indicam que há uma diversificação nos produtos exportados para esse mercado, não se concentrando exclusivamente em um único item, embora tenha sido o maior produto exportado. Em 2024, por exemplo, esse mercado exportou mais Gasóleo (óleo diesel) do RN.
É diferente de Singapura, segundo maior parceiro comercial, que demonstrou uma alta dependência de um único produto: o Fuel oil. No período recortado, foi responsável por 17% das exportações potiguares; na sequência aparece os Estados Unidos, com 16%, tendo como principal produto o sal marinho, a granel, sem agregado.
Energias renováveis
Já as importações do RN acompanham a demanda por energia renovável. Neste sentido, o estado também apresentou mudanças significativas uma vez que, em 2015, importava US$ 247,7 milhões, com o menor patamar registrado em 2019 (US$ 168 milhões). O crescimento retomou a partir de 2020, alcançando US$ 687 milhões em 2023.
Já no ano passado, a compra de produtos de outros países totalizou US$ 594 milhões, com destaque para células fotovoltaicas (21,7% do total importado), outras gasolinas (15,5%) e equipamentos para energia eólica (9,1%). A crescente demanda tem impulsionado as importações desses itens desde 2022, consolidando-se como um dos principais motores da economia local.
Os principais itens importados incluem trigos e misturas de trigo com centeio (US$ 577,7 milhões), células fotovoltaicas e equipamentos de energia solar (US$ 427,6 milhões) e componentes para energia eólica (US$ 214,4 milhões). Em 2024, a tendência se manteve, com destaque para células fotovoltaicas, que representaram 22% das importações, e outras gasolinas, com 16%.
Tribuna do Norte
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