
fonte: novo jornal
As fortes chuvas que caíram na manhã de ontem na região metropolitana da capital potiguar geraram uma série de transtornos à população. Foram pontos de alagamento, cortes de energia elétrica, mudanças no itinerário do transporte público e interdição de vias por conta das lagoas que se formaram. As precipitações atingiram 86 milímetros ao longo de seis horas seguidas. No interior, as chuvas caíram mais intensas na quinta-feira (05) – em Equador, região do Seridó, foram registrados 180 mm de precipitações. Desde que a água começou a cair mais persistente em Natal, a Defesa Civil entrou em alerta máximo, principalmente em decorrência da situação de Mãe Luiza, na Zona Leste. Todavia, as obras de contenção conduzidas pela prefeitura começaram a apresentar resultados e não houve deslizamento. “A Defesa Civil cumpriu ações de fiscalização, a maior parte delas relacionada à retirada de água em pontos de alagamento. Fizemos, inclusive, a abertura de valas em determinados locais para evitar maiores problemas. A (Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura) Semopi disponibilizou uma bomba para auxiliar na empreitada”, apontou Eugênio Soares, um dos responsáveis pelo órgão na capital. Ele afirmou que o ponto onde houve maior número de intervenções foi a avenida Capitão Mor Gouveia, na qual foi necessário fazer a remoção de algumas famílias que estavam em situação de risco. “Felizmente, não houve feridos. Só o susto e os contratempos que estamos habituados, quando chove forte na cidade”, arrematou Soares. Já o Corpo de Bombeiros teve uma manhã um pouco mais movimentada, conforme relatou o tenente Roberto Oliveira, coordenador do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil (CGEDC). De acordo com ele, a ocorrência mais relevante envolveu um ônibus na praia de Pirangi, município de Parnamirim. Na ocasião, 12 pessoas ficaram presas dentro do veículo, que tentou passar em um ponto de alagamento e terminou sendo inundado pela água acumulada. “Nossa equipe foi acionada e mandamos duas guarnições, além de uma embarcação pequena. Todos foram resgatados sem qualquer ferimento. No mais, tivemos cortes de árvores e casas inundadas, mas sem maiores consequências”, pontuou. Ainda segundo o tenente, quatro árvores tombaram em via pública – na avenida Hermes da Fonseca e nos bairros de Cidade Nova, Barro Vermelho e Lagoa Nova. Ao todo, quatro equipes dos Bombeiros e outras três da Defesa Civil foram postas em alerta máximo, para atender às eventuais demandas geradas pelas chuvas. Emparn explica tempestade repentina As variações climáticas que atingiram o município, segundo o meteorologista da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, foram ocasionadas por instabilidades associadas à zona de convergência intertropical. Esse sistema é característico da região Nordeste do Brasil nessa época do ano, fruto do encontro entre os ventos originários dos hemisférios norte e sul. Com o surgimento de condições favoráveis, como o aumento da temperatura e da umidade relativa do ar, forma-se um cenário propício à formação de pancadas de chuva como a que ocorreu ontem pela manhã. Segundo Bristot, entretanto, embora o panorama permaneça o mesmo nos próximos dias, é pouco provável que ocorram precipitações tão duradouras. “Acontecer, até pode. Mas não dá para dizer quando e onde. O problema é que estamos próximos ao litoral e as águas do atlântico estão mais quentes que o normal, liberando mais umidade. É isso que leva à ocorrência de pancadas de chuva mais fortes. As chuvas irão continuar, por conta da época, mas creio que serão mais intercaladas com períodos de tempo limpo, com sol. Continuaremos fazendo avaliações do quadro climático, de qualquer maneira”, declarou. De acordo com nota oficial da Emparn, o final de semana terá mais chuvas, com céu parcialmente nublado e ocorrência de chuvas em todas as regiões do Estado. O meteorologista ainda salientou que o cenário para o interior do Estado é o mesmo da capital, com diferença apenas no horário provável dessas chuvas. Enquanto na região metropolitana, bem como no restante do litoral, é comum que as precipitações sejam registradas no período compreendido entre a madrugada e a manhã, o interior recebe mais chuvas entre a tarde e a noite, devido às diferenças de umidade entre as regiões. Interior ainda aguarda chuvas Enquanto Natal ficava submersa, a população do interior do Estado ainda aguardava, esperançosa, que a água caísse também no chão seco do sertão. Na véspera (5), o município de Equador, no Seridó, chegou a registrar 180 milímetros de chuva. Parelhas foi outra cidade que teve um bom volume de precipitações, com 97mm. Em Acari, terra de um dos principais reservatórios hídricos do Estado, o Gargalheiras, hoje com apenas 2% de sua capacidade, as movimentações não foram muito animadoras: Caíram apenas 11mm de chuva. Segundo Felipe Balah, secretário de cultura, desporto e lazer do município – distante cerca de 200 km de Natal – a população ainda aguarda ansiosa pela chegada da “invernada”. “Choveu um pouco ontem, mas nada que fizesse diferença para a situação do açude, que é muito grave. Esperamos que esse temporal que caiu aí na capital desça para o Seridó e alivie um pouco dessa seca, antes que o pior aconteça”, finalizou.

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