O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou neste sábado (28/12) que seu país está sob uma “guerra total” travada pelos Estados Unidos, Israel e Europa.
As declarações foram feitas às vésperas do encontro entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos EUA, Donald Trump, agendado para a próxima segunda-feira (29/12) na Flórida, em contexto de crescente tensão internacional.
“Na minha opinião, estamos em guerra total com os Estados Unidos, Israel e a Europa. Eles não querem que nosso país sobreviva”, disse Pezeshkian, em entrevista publicada no site oficial do Líder Supremo, o Aiatolá Ali Khamenei.
O presidente afirmou que as forças militares iranianas, apesar das dificuldades internas, estão hoje mais bem preparadas do que no passado e advertiu que qualquer ataque receberá uma resposta “ainda mais decisiva”.
Pressões
As declarações surgem seis meses após a guerra de 12 dias entre Israel e Irã, desencadeada por um ataque israelense sem precedentes contra instalações militares e nucleares iranianas, bem como áreas civis.
Segundo as autoridades de Teerã, os bombardeios deixaram mais de mil mortos. Os Estados Unidos juntaram-se posteriormente à operação, atacando três instalações nucleares iranianas, o que levou à suspensão das negociações sobre o programa nuclear que haviam começado em abril.
Pezeshkian comparou a situação atual à guerra Irã-Iraque de 1980-1988, mas enfatizou que a ofensiva atual é “muito mais complexa e difícil” do que aquela. “Esta guerra é pior do que a guerra que o Iraque travou contra nós”, afirmou, ressaltando que a pressão internacional combina sanções econômicas, isolamento diplomático e ação militar.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump reativou a política de “pressão máxima” e a hostilidade em relação ao Irã, iniciada durante seu primeiro mandato. Essa estratégia inclui sanções adicionais destinadas a prejudicar a economia iraniana e reduzir suas receitas petrolíferas no mercado global.
Em setembro, França, Alemanha e Reino Unido impuseram sanções da ONU contra Teerã por seu programa nuclear, reforçando a pressão internacional exercida pelo imperialismo estadunidense.
Os Estados Unidos e seus aliados acusam o Irã de buscar desenvolver armas nucleares, uma alegação que Teerã nega repetidamente.
Para o governo iraniano, as sanções e os ataques fazem parte de um plano para enfraquecer sua soberania e dificultar seu desenvolvimento tecnológico e militar.
Pezeshkian insistiu que, apesar da pressão, o país mantém sua capacidade de resistência e possui forças armadas reforçadas.
O próximo encontro entre Netanyahu e Trump no resort Mar-a-Lago se configura como um novo capítulo na escalada do conflito com o Irã. Segundo relatos recentes, o primeiro-ministro israelense buscará pressionar por novas ações militares, desta vez focadas no programa de mísseis iraniano.
Para Teerã, este encontro confirma a coordenação estratégica entre Washington e Tel Aviv na ofensiva contra a República Islâmica.
Fonte: Opera Mundi
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