fonte: Cgn
A equipe de procuradores da República formada no Ministério Público Federal já tem em mãos o material para a lista de políticos a serem investigados e denúnciados na Operação Lava Jato para enviar ao Supremo Tribunal Federal. O primeiro dos nomes já definidos, segundo a Folha de S. Paulo, é do senador Fernando Collor (PTB-AL). A expectativa inicial do envio da lista, prevista para semana passada, foi adiada para a esta que começa hoje (1). O tempo é de decisões para Janot, que já mostra movimentos de articulação, antes da entrega final.
A informação divulgada pela Folha é que o procurador-geral da República Rodrigo Janot não fará denúncias diretas à Suprema Corte. A todos os políticos da lista, pedirá a abertura de inquéritos, ainda que em alguns casos os procuradores da equipe entenderam que havia provas suficientes para a denúncia. O motivo foi evitar a implicação de tratamento desigual, o que os fez questionarem a conveniência.
Collor seria um desses nomes. Comprovantes encontrados pelos policiais no escritório do doleiro registram que Alberto Youssef depositou R$ 50 mil ao senador, em 2014. As transações foram realizadas em dinheiro vivo em maio de 2013. Ainda assim, Collor negou manter relação com Youssef. Mas com as provas, poderia enfrentar uma denúncia direta na Justiça.
A informação é da Folha de S. Paulo que, de forma inédita na cobertura dos denunciados da Lava Jato, enfatizou para o caso de Collor: "inquéritos ou denúncias não significam culpa. O julgamento final cabe ao STF".
Até então, o jornal utilizava a denominação "acusado" para denunciados que, inclusive, apenas tinham um pedido de investigação aberto e não tiveram seu julgamento em processo aceito. Um erro no emprego de termos da jurisdição. Entretanto, nesta reportagem, tomou o devido cuidado de lembrar que inquéritos ou denúncias não significam culpa.
Outro dado é que Janot não deve incluir na lista os políticos que foram citados por delatores como nomes que "ouviram dizer". Espera-se que o envio dos pedidos de inquéritos seja feito entre terça-feira (3) e quarta-feira (4).
Na quinta-feira (26), o procurador-geral da República passou o dia em articulações com o vice-presidente Michel Temer. Encontrou-se com ele para tratar do reajuste do Orçamento do MPF, solicitado pelos servidores do órgão, que estão em greve há pouco mais de um mês.
O colunista Gerson Camarotti, da Globonews, lançou uma possível relação dessa reunião com os pedidos de investigação contra políticos. Usando termos como "negociar o Orçamento do Ministério", o jornalista deu sentido à indicação de que Janot estaria favorecendo-se do encontro antes da entrega da lista, de forma proposital.
"Oficialmente, a Operação Lava Jato não foi tema da reunião. Mas sabe-se que Janot enviará os pedidos de investigação na semana que vem. (...) Entre os que devem ser investigados estão integrantes do PMDB, partido de Temer", publicou Camarotti.
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