Fonte: Sindsaúde
A chamada “ambulâncioterapia” voltou a superlotar os corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), o que provocou a retenção na frente da unidade de oito ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na manhã de ontem (26) e sete no período da tarde. Por falta de leitos para os pacientes, trazidos pelo Samu, as macas dos veículos ficaram retidas no interior do HWG. A diretora geral do HWG, Maria de Fátima Pereira Pinheiro, disse ser esse um problema crônico, que até dois meses atrás tinha diminuído, porque a Central de Regulação da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) vinha conseguindo regular a entrada de pacientes clínicos oriundos do interior nos hospitais em Natal.
Fátima Pinheiro afirmou que a Central de Regulação acabou não dando conta da demanda de pacientes vindos do interior e passou a fazer o controle de entrada dos pacientes por leitos hospitalares. “A Central de Regulação não teve perna para dar conta de tudo”, afirmou. Com isso, segundo a diretora do HWG, “as ambulâncias estão vindo sem controle”, diretamente dos municípios para aquela unidade.
Um socorrista que não quis se identificar, disse que chegou no HWG às 12 horas e só saiu por volta das 16 horas de ontem, depois que voltou à base do Samu Metropolitano, em Macaíba, para pegar uma maca de outra ambulância que está em desuso, a fim de trocar e colocar o paciente que aguardava um leito hospitalar.
A diretora geral do HWG disse que todo dia uma equipe multidisciplinar percorre os corredores e enfermarias e UTIs para avaliar a situação clínica de cada paciente, a fim de liberar aqueles que estão estáveis para os 16 leitos de retaguarda existentes no Hospital da Polícia Militar, na avenida Prudente de Morais, e 40 situados num anexo do Hospital Psiquiátrico João Machado, na avenida Alexandrino de Alencar, ambos no Tirol.
Em outros casos, segundo Fátima Pinheiro, também são feitas transferências de pacientes para o Hospital Rui Pereira, em Petrópolis, onde existem 96 leitos, mas que não são exclusivos para retaguarda do HWG, e que é referenciado para atendimento de pré-diabéticos. Para a diretora do HWG, uma saída para a recorrente retenção de macas e até mesmo para sanar a superlotação nos corredores da unidade hospitalar, é a regionalização do atendimento de média complexidade, que o governo está implantando em cidades pólos, como Mossoró, Assu e São Paulo do Potengi.
De acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), pela manhã já havia 168 pacientes alocados em macas em corredores e outras dependências, nos quatro maiores hospitais do Estado: Walfredo Gurgel, Santa Catarina e Deoclécio Marques, na Região Metropolitana de Natal (RMN), e o Tarcísio Maia, em Mossoró. Na semana passada, a última contagem feita até o dia 19, esse número era de 139.
É um absurdo, os pacientes precisando de atendimento adequado e tendo que aguardar por um leito nas ambulâncias, inclusive travando a circulação delas na cidade para prestar serviço à população”, afirmou Lúcia da Silva, diretora do Sindsaúde e técnica de enfermagem do Walfredo Gurgel.
CorredoresPacientes em macas
em hospitais do Estado
Natal
Walfredo Gurgel 98
Santa Catarina 14
Parnamirim
Deoclécio Lucena 41
Mossoró
Tarcísio Maia 15
Nenhum comentário:
Postar um comentário