Fonte: DW
O blogueiro saudita Raif Badawi, de 31 anos, foi agraciado com o Prêmio Sakharov de direitos humanos e liberdade de pensamento de 2015, anunciou nesta quinta-feira (29/10) o Parlamento Europeu.
O anúncio foi aplaudido de pé pelos parlamentares, em Estrasburgo. "Peço ao rei da Arábia Saudita que o liberte [Badawi] para que ele possa receber o prêmio", afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. "Relações dependem do respeito aos direito humanos por nossos parceiros. Eles não estão somente sendo desrespeitados, mas estão sendo pisoteados."
A Badawi foi imposto um dos "castigos mais cruéis", que equivale a uma "tortura permanente", disse Schulz. Segundo o político alemão, o ativista tornou-se um herói para muitos ao lutar no mundo digital por direitos fundamentais.
Badawi está preso na Arábia Saudita desde 2012, acusado de iniciar uma página online que "insulta os valores islâmicos e dissemina ideias liberais". O ativista foi condenado em 2014 a dez anos de prisão e mil chibatadas e uma multa de cerca de 200 mil euros por suas postagens críticas.
Em seu site, Liberais sauditas livres, Badawi apontava abusos políticos e sociais na Arábia Saudita. Após receber as primeiras chibatadas em janeiro deste ano, a punição física ao ativista deveria continuar semanalmente, mas foi suspensa por motivos de saúde.
A esposa do ativista, Ensaf Haidar, que está exilada no Canadá, agradeceu ao parlamento pelo prêmio e afirmou que ele é uma "mensagem de esperança e coragem" para Badawi.
Luta por direitos humanos
Os outros dois indicados para o prêmio neste ano eram o oposicionista russo Boris Nemstov, que foi assassinado em fevereiro, em Moscou, e a Oposição Democrática da Venezuela, coalizão da qual vários membros estão detidos ou em prisão domiciliar.
O Prêmio Sakharov é concedido anualmente pelo Parlamento Europeu a pessoas que lutam pela defesa dos direitos humanos e pela liberdade de expressão. Criado em 1988, ele teve Nelson Mandela como primeiro contemplado.
Entre os premiados estão as Mães da Praça de Maio da Argentina, em 1992, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, em 2003, e a paquistanesa Malala Yousafzai, em 2013.
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