Fonte: Uol
O ex-diretor geral da Câmara dos Deputados Sérgio Sampaio desmentiu pontos importantes da defesa do deputado afastado, em depoimento as ações penais da Lava Jato contra Eduardo Cunha.
Sampaio afirma que o atual presidente da Câmara suspendeu o responsável pela área de informática por suspeita de que o mesmo estaria com relação ao vazamento à imprensa de informações técnicas que o ligavam ao esquema de corrupção da Petrobras.
“Logo após esse fato, o então presidente Eduardo Cunha achou que ele (o funcionário) teria tido alguma participação nesse episódio, fazendo algum tipo de denúncia contra ele, e achou por bem retirálo”, afirma Sérgio Sampaio.
Em 2015, a Folha revelou que requerimentos suspeitos de terem sido usados para uma fornecedora da Petrobras, e apresentados pela deputada Solange Almeida (PMDBRJ), aliada de Cunha, tinham na verdade como autor, nos registros eletrônicos da Câmara, a expressão “dep. Eduardo Cunha.”
No mesmo dia Cunha demitiu o chefe do Cenin (Centro de Informática) da Câmara, Luiz Antonio Souza da Eira. Ele sempre negou que a demissão tivesse relação com o vazamento de informações relacionadas ao requerimento. Dizia que a dispensa do funcionário se deu por divergências administrativas com o subordinado. Ainda no depoimento ao Supremo, Sérgio Sampaio, hoje secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal, afirmou que a orientação da Câmara era de que os deputados não repassassem a ninguém a senha “pessoal e intransferível” que usavam para acessar o sistema eletrônico da Casa.
Um dos argumentos do peemedebista é de que seu nome aparece nos requerimentos suspeitos, porque ele e a maioria dos outros deputados repassavam suas senhas a assessores. E que eles podem ter auxiliado a deputada Solange Almeida a elaborar os requerimentos.
“Nossa recomendação, como diretor da Câmara, era que não fizesse. Todas as pessoas que recebiam a senha tinham a responsabilidade de zelar pela sua senha, agora dizer que isso não acontecia, eu não posso atestar”, disse Sampaio.
Uma das primeiras menções ao nome de Cunha no petrolão partiu do doleiro Alberto Yousseff, delator da Lava Jato, segundo quem Cunha usou requerimentos na Câmara para achacar fornecedoras da estatal.
Atualmente, o deputado afastado é réu em duas ações no STF e alvo de outros inquéritos, além de responder a um processo de cassação na Câmara.
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