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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

IPCA acelera alta a 0,42% em outubro, nível mais alto em um ano, mas aquém do esperado



Fonte: Reuters

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Os preços da energia elétrica pressionaram em outubro e a inflação oficial do Brasil atingiu o maior nível em pouco mais de um ano, mas o avanço foi um pouco aquém do esperado e não prejudica a trajetória de corte dos juros básicos pelo Banco Central a mínimas históricas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 0,42 por cento no mês passado, contra 0,16 por cento em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O resultado é o mais elevado desde agosto do ano passado (0,44 por cento), mas ainda assim ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com analista de avanço de 0,47 por cento.
Com isso, a alta do IPCA em 12 meses chegou a 2,70 por cento em outubro, sobre 2,54 por cento no mês anterior, e contra expectativa de 2,75 por cento na pesquisa. Ainda permaneceu abaixo da meta do governo para o ano, de 4,5 por cento, com margem de 1,25 ponto percentual para mais ou menos.
O IBGE apontou que a principal influência de alta no índice foi a energia elétrica, cujos preços ficaram em média 3,28 por cento mais caros. Isso porque em outubro começou a valer a bandeira tarifária vermelha nível 2, a mais alta.[nL2N1MA1SM]
A energia deve voltar a pesar em novembro, diante de mudanças nas bandeiras tarifárias já aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O aumento de 4,49 por cento nos preços do gás de botijão no mês também pesou no bolso dos consumidores, reflexo do reajuste de 12,9 por cento nos preços refinaria.
Ambos fizeram do grupo Habitação acumular inflação de 1,33 por cento em outubro, depois de recuar 0,12 por cento em setembro. O impacto desse grupo no IPCA todo foi de 0,21 ponto percentual no mês passado.
Já os preços dos alimentos registraram deflação de 0,05 por cento em outubro, sexto mês seguido de queda nos preços. Em setembro, ela havia sido de 0,41 por cento.
“Os alimentos também estão perdendo força e esse parece ser o fim do grande bônus para os preços vindo da superoferta agrícola”, destacou o gerente do IBGE para o IPCA, Fernando Gonçalves.
Mesmo com a tendência de alta no final deste ano, a inflação permanece em níveis bastante baixos e mantém o caminho livre para o BC levar a Selic a mínimas históricas nos próximos meses.
No mês passado, depois de reduzir a taxa para os atuais 7,5 por cento, o BC deixou claro que vai continuar o movimento de queda em dezembro e deixou a porta para continuar no início de 2018.
“Ainda não dá para decartar completamente a inflação abaixo do piso (neste ano), mas está cada vez mais improvável”, disse o analista de inflação da Tendências Consultoria, Marcio Milan, calculando o IPCA a 3,2 por cento no fim deste ano.
“O cenário para o BC continua o mesmo, independente do fechamento do IPCA, ele está olhando as expectativas para 2018 e 2019, e não existe mais chances de a inflação afetar a política monetária no curto prazo”, completou. A Tendências projeta mais um corte de 0,5 ponto e outro de 0,25, com a Selic terminando 2018 a 6,75 por cento.
A pesquisa Focus do BC com economistas coloca a Selic em 7 por cento no fim deste ano e também de 2018, nova mínima histórica, mas já há expectativas de que vá a 6,5 por cento em fevereiro.

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