A coordenadora do sindicato, Rosália Fernandes, explicou que isso ocorre por conta da falta de vagas nas enfermarias. “Quando os pacientes fazem as cirurgias, o certo era eles ficarem lá até passar o efeito da anestesia e depois irem pras enfermarias, para os quartos. Porém, como não há vaga nas enfermarias, os pacientes ficam acumulados na sala de recuperação”, disse.
Procurada pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, A Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap) confirmou a superlotação. Em nota, a pasta afirmou que trabalha para desafogar a unidade, a qual recebeu mais de 6,4 mil pessoas no pronto-socorro durante o mês de julho. A unidade apontou ainda que casos de AVC e ortopedia apresentam aumentos de 27,8% e 10,3%, respectivamente.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, vê a situação com preocupação. Para Geraldo, a superlotação é potencialmente perigosa para a saúde dos pacientes, principalmente porque haverá a formação de filas para uso das salas de cirurgia restantes.
“É o caos completo, porque o Walfredo Gurgel é um hospital eminentemente cirúrgico, ou seja, esses pacientes de ortopedia, de trauma, são pacientes cirúrgicos. Na hora que você fecha três salas porque estão ocupadas com pacientes, aí é um caos. Você pode ter situações, inclusive, que podem haver óbito de pacientes. Por quê? Porque vai ficar fila pra ser operado nas salas restantes. Então é uma situação de extrema gravidade que pode comprometer e causar mortes. Isso é um fato”, afirma.
Nota da direção
“A direção do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel esclarece que segue trabalhando, em parceria com a gestão da secretaria e hospitais da rede, para desafogar a unidade, que vem passando por uma sobrecarga de atendimentos. Entre a noite de segunda-feira (19) e a noite de ontem (21), foram transferidas mais de 40 pessoas para outras unidades da rede, a partir da disponibilidade de vagas de cada uma delas.
Em julho, o HMWG registrou recordes em atendimentos, com mais de 6,4 mil pessoas recebidas apenas no seu pronto-socorro, aumentos mensais substanciais em casos de AVC (+27,8%) e ortopedia (+10,3%), além do número máximo na série histórica de acidentes envolvendo motociclistas, que chegaram a 860 pacientes, 13,6% a mais que o mês anterior. A tendência mostrada pelos dados em julho se mantém para este mês.
Ao mesmo tempo, o hospital está recebendo investimento de R$ 9 milhões para a ampliação e reforma de setores, além da construção de um novo centro cirúrgico, que chegou a 40% de execução da obra e vai dobrar a capacidade atual do setor”.
TRIBUNA DO NORTE
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