Segundo Mikelyson, a pulverização do mercado varejista potiguar tem resultado em uma redução do número de clientes por unidade, já que o público consumidor está mais distribuído entre as diversas lojas. Porém, ele destaca que, apesar disso, os consumidores têm apresentado um aumento no volume de compras por cliente, impulsionado principalmente pela redução significativa nos preços de produtos de alto giro que antes estavam com valores elevados.
“Esses clientes têm consumido um pouco mais, em virtude, principalmente, da redução de preços de produtos de alto consumo, de alto giro, que estavam muito caros e tiveram uma diminuição significativa nos seus preços”, comenta o presidente da Assurn.
No acumulado do ano, o indicador nacional de consumo nos supermercados aponta uma elevação de 2,66%, um número próximo da estimativa do setor, que prevê alta de 2,70% para 2025. No comparativo entre junho e julho, os preços da cesta de vegetais frescos caíram 3,26% na região, de R$ 68,15 para R$ 65,93.
De acordo com o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, o crescimento do consumo reflete uma melhora consistente da renda e do mercado de trabalho no país. “O crescimento interanual de 4% reflete um movimento sustentado pela melhora da renda e do mercado de trabalho. No recorte mensal, julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa”, explica.
Conforme os dados da Abras Mercados, entre os produtos que tiveram as maiores altas no país em julho estão: água sanitária (+1,21%), sal (+0,95%), creme dental (+0,77%), xampu (+0,76%), açúcar (+0,63%) e papel higiênico (+0,62%). Por outro lado, arroz (-2,89%), feijão (-2,29%), café torrado e moído (-1,01%) e massa de sêmola tipo espaguete (-0,59%) registraram as maiores quedas no mês. Já no acumulado do ano, a tendência de retração permanece para arroz (-16,95%), óleo de soja (-7,02%) e feijão (-3,23%).
No comércio local, os consumidores têm adotado estratégias para manter o orçamento equilibrado diante das oscilações de preços. Fátima Sena, aposentada, revela que mantém os mesmos produtos em sua lista, mas está sempre em busca de promoções. “Eu procuro sempre as promoções, porque a gente vive de salário e tem que estar procurando sempre um jeito melhor”, conta.
O presidente da Assurn avalia que a expectativa para o segundo semestre de 2025 é positiva, graças à presença de fortes períodos sazonais que tradicionalmente aquecem o mercado. “Sempre o segundo semestre tem uma expectativa, inclusive maior, no que diz respeito ao consumo, ao alavancar do consumo, em virtude da sazonalidade do segundo semestre ser muito mais forte. Então, a expectativa é realmente um aumento nesse percentual”, projeta Mikelyson.
Tribuna do Norte
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