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O México foi o país que mais ampliou a importação de produtos do agronegócio brasileiro nos últimos anos, comprando 22 itens que antes não importava do Brasil desde 2023. As vendas ao país norte-americano totalizaram US$ 870 milhões, representando mais da metade (50,4%) do total das exportações do agro brasileiro para novos mercados, que somaram US$ 1,7 bilhão no período, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Entre os produtos de destaque estão as proteínas animais. Em 2024, o Brasil vendeu US$ 214 milhões em carne bovina e US$ 102,6 milhões em carne suína para o México, mercados que foram recentemente abertos. Outros destinos importantes incluem Egito (US$ 175 milhões), Vietnã (US$ 157 milhões), Turquia (US$ 89 milhões) e Argélia (US$ 81 milhões).
A aproximação comercial acontece em meio ao chamado “tarifaço” do presidente norte-americano Donald Trump, que impacta o comércio de produtos brasileiros e mexicanos com os Estados Unidos. Neste contexto, Brasil e México sinalizam interesse em fortalecer laços econômicos.
O governo federal estuda enviar uma comitiva ao México nos dias 27 e 28 de agosto para negociar acordos comerciais, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin.
No mês passado, o presidente Lula conversou por telefone com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e ressaltou a importância de aprofundar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, citando o “atual momento de incertezas”.
Segundo informações, Lula propôs o início de negociações para ampliar o acordo comercial Brasil-México, atualmente limitado a um acordo de complementação econômica (ACE) pouco abrangente. Tentativas de expandir esse acordo vêm sendo feitas desde a década passada, mas nunca avançaram significativamente.
Negociadores brasileiros estiveram no México há pouco mais de um mês para tratar das relações comerciais, sinalizando o interesse do país em aumentar o fluxo de trocas. Fontes consultadas indicam que as discussões ainda estão em “estágio inicial”.
Especialistas lembram que produtos agropecuários brasileiros historicamente enfrentam tarifas de até 60% no México. O crescimento das vendas brasileiras começou a se intensificar a partir de 2022, quando o governo mexicano implementou o “Paquete Contra la Inflación y la Carestía” (Pacic), isentando uma série de alimentos importados.
Agora RN
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