Foto: TV Câmara/Reprodução
Após receber a comenda Maria da Penha, nesta segunda-feira (25), na Câmara Municipal de Natal, Juliana Soares fez um discurso emocionado em que agradeceu a rede de apoio que a ajudou a enfrentar as consequências da violência sofrida e afirmou que pretende usar a visibilidade para encorajar outras mulheres a romper o ciclo de abusos.
“É uma honra ter sido homenageada e, maior ainda, de ter sobrevivido para contar a minha história. (…) Se eu me levantei daquele elevador, depois de tudo que aconteceu comigo, outras mulheres também são capazes. Tenho certeza que Deus me usou como instrumento para dar voz a outras mulheres, para dar visibilidade”, declarou Juliana.
Casos de violência contra a mulher devem ser denunciados de forma anônima pelo telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher), além dos canais da Polícia Civil e Militar.
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A vítima ressaltou a importância da solidariedade da sociedade diante da violência contra a mulher. Para ela, além da denúncia, é fundamental que exista acolhimento, sem julgamento, às vítimas que procuram ajuda.
“Gostaria de firmar um compromisso com vocês para que olhem com mais cuidado, quando aquela amiga chegar e comentar sobre alguma coisa que ocorreu, sem julgamento, sem apontamento. Gostaria muito que todas as mulheres tivessem acesso a esse acolhimento, porque ele é de total importância”, disse.
Juliana também agradeceu o apoio recebido desde o episódio de violência, destacando familiares, amigos e instituições que se mobilizaram em sua defesa. “Muito obrigada por todo mundo que me ajudou, que me acolheu, principalmente a minha rede de apoio, que é uma rede fantástica”, afirmou.
A homenagem aconteceu um mês após Juliana ter sido brutalmente agredida com 61 socos dentro de um elevador, em um condomínio em Natal. O agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, está preso e foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de feminicídio. A denúncia já foi aceita pela Justiça, e o processo segue em segredo.
Tribuna do Norte
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