OUÇA AQUI! A RÁDIO MELODIA CABUGI, 1º LUGAR EM AUDIÊNCIA NA CIDADE DE LAJES-RN

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Rychardson e seis réus conseguem redução da pena

Na operação Pecado Capital promotores de Justiça, com apoio da PM, recolheram provas na sede do Ipem e nos escritórios e residências dos acusados


Roberto Lucena
Repórter

Oito condenados e um absolvido. A Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN) apresentou ontem a sentença do processo desencadeado a partir da operação denominada Pecado Capital. No processo, sete réus foram beneficiados com redução das penas pela delação premiada, entre eles  o advogado Rychardson de Macedo Bernardo. Iniciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), a operação investigou um esquema de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção no Instituto de Pesos e Medidas no Estado (Ipem-RN). Além de definir as penas de reclusão e multa dos condenados, a decisão assinada pelo juiz Walter Nunes da Silva Júnior, titular da 2ª Vara Federal, revela novas acusações. A integridade dos depoimentos de Rychardson e outros condenados pela Justiça Federal não foram revelados à imprensa, mas a sentença de Walter Nunes Júnior revela outro víeis da corrupção iniciada dentro do Ipem-RN. Segundo os relatos, o mesmo esquema fraudulento foi implantado na Associação de Atividades de Valorização Social (Ativa) – organização não governamental que possui contrato com a Prefeitura de Natal. O MPE confirmou que os nomes citados pelos réus estão sendo investigados atualmente.

Condenado por ser um dos comandantes do esquema de corrupção que desviou dinheiro público no intervalo de abril de 2007 a fevereiro de 2010, o advogado Rychardson de Macedo Bernardo – diretor do órgão à época dos desvios – revelou em juízo que o deputado estadual Gilson Moura (PROS) e os advogados Lauro Maia – suplente de deputado estadual – e  Fernando Caldas eram beneficiados pelos crimes cometidos no Ipem-RN. O nome da ex-governadora Wilma de Faria também é citado.

Segundo o documento da Justiça Federal, Rychardson chegou à direção do órgão graças a uma troca de favores. “O viés eleitoreiro do esquema é desnudado em todos os depoimentos colhidos, restando claro que o cargo de diretor-geral foi oferecido ao deputado estadual Gilson Moura, como recompensa pela sua adesão à base parlamentar da gestão da então governadora Wilma de Faria”, afirmou o juiz.

Ainda segundo o magistrado, o relato do ex-diretor do Ipem-RN aponta que a participação do deputado Gilson Moura no plano criminoso “são contundentes e causam espanto”. O depoimento de Rychardson acrescenta que servidores, serviços e valores do Ipem-RN foram utilizados para fins eleitorais, “prestando-se os recursos desviados para irrigar campanha política, mediante a constituição do que se convencionou chamar, em nosso meio, de caixa 2”.

Além de Rychardson, outros condenados ouvidos em delação premiada corroboraram com a informação de que o esquema ilícito foi engendrado por quatro pessoas: o próprio Rychardson, Lauro Maia, Gilson Moura e Fernando Caldas. Estes formavam o “topo da pirâmide” onde o resultado financeiro de boa parte dos recursos financeiros desviados do Ipem-RN era dividido.

As informações relatadas nos depoimentos  só vieram à tona com a delação premiada feita por sete dos réus. A delação foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) e, como consequência, os réus tiveram o benefício da redução das penas. Rychardson foi condenado a prisão de 44 anos, 6 meses e 14 dias. Com a delação premiada, a pena foi reduzida para 5 anos, 10 meses e seis dias de reclusão, inicialmente no regime semiaberto. Ele também terá de pagar multa no valor de R$ 774.350,00.

FONTE:
http://tribunadonorte.com.br/noticia/rychardson-e-seis-reus-conseguem-reducao-da-pena/274424

Nenhum comentário:

Postar um comentário