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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Britânico suspeito de participar da máfia dos ingressos se entrega no Rio


Raymond Whelan (AFP)

Jefferson Puff
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro

O executivo Raymond Whelan, da empresa britânica Match Services, ligada à Fifa, se entregou a autoridades do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na tarde desta segunda-feira.
Whelan é acusado de envolvimento com a quadrilha internacional que comercializava ingressos VIP da Copa do Mundo por preços muito acima do mercado.Ele era considerado foragido após ter a prisão preventiva decretada e ter escapado, quatro dias atrás, de agentes que tentaram prendê-lo no Hotel Copacabana Palace, onde está hospedada a alta cúpula da Fifa.
Câmeras de segurança flagraram o executivo deixando o hotel por uma porta de serviço ao lado de seu advogado.
A defesa de Whelan e a Match Services (que comercializa com exclusividade ingressos VIP e pacotes de viagem que incluem entradas da Copa do Mundo) afirmaram que ele não fez nada de ilegal. Isso porque na visão da Match os ingressos poderiam ser vendidos a preços mais elevados se fizessem parte de pacotes de viagem.

Passaporte

O britânico se apresentou à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal da capital, relatora do processo na tarde desta segunda-feira. Ele foi mantido na carceragem do tribunal e depois transferido para a Cidade da Polícia, na Zona Oeste do Rio.
Ele já havia sido preso no dia 7 de Julho com outros 11 suspeitos de envolvimento com a quadrilha. Contudo foi solto horas depois ao obter um habeas corpus sob pagamento de fiança e entregar seu passaporte para as autoridades.
Reportagens da TV Globo divulgaram escutas de ligações telefônicas entre Whelan e o franco-argelino Mohammadou Lamine Fofana (um dos cabeças da quadrilha, segundo a polícia), nas quais preços de ingressos são discutidos – o que na interpretação das autoridades trata-se de um forte indício do envolvimento do britânico no esquema.
Quando o esquema foi descoberto, os envolvidos negociavam ingressos para jogos do Brasil por até R$ 7 mil, e os preços de ingressos para a final atingiam até R$ 35 mil. Os ingressos seriam dados a ONGs ou oferecidos como cortesia a jogadores e federações.
A polícia já apreendeu ingressos, máquinas de cartão de crédito, dinheiro e computadores.
Segundo o inquérito, o grupo teria atuado em quatro Copas e poderia ter levantado até R$ 200 milhões por torneio.

Fifa

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral Jérôme Valcke falaram na manhã desta segunda-feira sobre as investigações sobre os ingressos.
Eles disseram que a entidade "luta constantemente" contra possíveis irregularidades na venda dos tíquetes, que também aconteceram em outras Copas.
"Na África nós tivemos problemas e também tivemos pessoas presas por isso. Nós na Fifa nunca vendemos ingresso com um preço diferente do que o que está impresso no papel. Mas esses ingressos estão indo para parceiros comerciais, federações, e aí o que eles fazem com os ingressos é o que nós estamos vendo, porque nossa política é de que eles não podem revender o ingresso", explicou o secretário.
"Não dá pra dizer que a Fifa não está lutando contra isso, estamos 100% empenhados", finalizou.

fonte: bbc brasil 

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