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domingo, 27 de setembro de 2015

A Clínica de Anestesiologia de Mossoró


Fonte: De Fato

A partir do dia 1o de outubro os profissionais da Clínica de Anestesiologia de Mossoró (CAM) paralisarão as atividades. Em nota à sociedade, a CAM esclarece os motivos, acusando a Prefeitura de Mossoró pelo grave problema.
Veja abaixo:
A Clínica de Anestesiologia de Mossoró (CAM) comunica aos usuários do SUS do Rio Grande do Norte (especialmente de Mossoró), que a ausência de plantonista na APAMIM ou Maternidade Almeida Castro (sob intervenção Federal), a  partir de 1° de Outubro e, a não realização de anestesias para exames como Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada,  além de todas as anestesias para cirurgias de baixa, média e alta complexidade (oncológicas) , é de responsabilidade dos Gestores da Saúde (Prefeitura e Estado – Artigo 196 – CF  ) e não dos anestesiologistas.
Antes a população acreditava que os responsáveis pelo caos na saúde eram os médicos, agora sabe que o caos ocorre em virtude de gestão.
Não há nenhuma iniciativa política para melhoria da Saúde Pública nesta cidade. Mossoró “ elegeu “ o Governador e um Deputado, que pela inércia,  esqueceram Mossoró ou estão anestesiados.
Há necessidade urgente  de somar esforços para melhorias nesta cidade polo, especialmente nos aspectos da assistência médica.
A Saúde Pública de Mossoró não se encontra muito bem em numerosos aspectos.  O problema crônico e grave relacionado com a deficitária capacidade instalada no município não diz respeito aos anestesiologistas (nem aos obstetras, pediatras, clínicos, etc, etc ). Tudo é competência  da Gestão Plena. A pactuação com outros Municípios é pura hipocrisia política e o  Cartão SUS  uma verdadeira farsa. O SUS é único.
Para alguns interesses somos chamados de profissionais essenciais e para outros somos mercenários, dispensáveis. Diariamente procuram médicos nômades ( lembram da Gang que invadiu Mossoró no caríssimo período da inauguração do Hospital da Mulher, sob a batuta de marginais. Que coisa asquerosa!) para atuar em Mossoró.
Essa semana, mesmo esta excelente prática administrativa foi utilizada. Uma caçada a procura de anestesista  para atuar na Maternidade da intervenção. Não funcionou. Sempre inovando com improvisação. A procura de profissionais sem vínculos ou compromissos com a cidade. Profissionais que jamais criam raízes ou  “ resistem”.
Vivemos uma época de insegurança jurídica e profissional.
Não vamos para o trabalho com orgulho, feliz, satisfeito, vamos para o embate.
Estranhamente, não há um cronograma ( calendário ) de pagamento. Nunca há uma previsão de recebimento de honorários que significa: sobrevivência, salário, manutenção da família e direito do trabalhador anestesiologista ( e outros médicos )
O mesmo desrespeito ocorria em tempos da inexistência de crises, agora usam a crise como justificativa de atraso nos repasses e da falta de um cronograma de pagamentos. Todavia, tem que haver prioridades.
Parece que o projeto é baixar a auto-estima , desmoralizar, denegrir, demonstrar poder, intimidar com a ameaça de judicializar o “ problema “ deles e não dos médicos. Quem sabe se a solução não seria um Decreto ( evidentemente que na câmara será aprovado ) com o retorno da Escravidão ( o mês é adequadíssimo ). Considerando que o salário será pago de 90/90 dias com prorrogação de mais 30 dias. A mesma medida deveria ser adotada para todos os secretários e comissionados.
Agressão
Recentemente, a CAM  participou de uma licitação ( chamamento público, concorrência, habilitação, assinatura de contrato e até divulgação no Jornal Oficial do Município-JOM ). Mas, em virtude da crise, existiu um desequilíbrio na previsão orçamentária para “ pagamento “ do custeio ( plantões na maternidade da intervenção vitalícia, cirurgias eletivas na CSDR, Wilson Rosado e Centro de Oncologia ).
Nenhuma categoria profissional suporta este tipo de agressão. Por menos até a Justiça Federal fez greve. Nenhum tipo de profissional da saúde tem tamanha capacidade de resignação. E sempre queremos acreditar nas pessoas, em mudanças que nunca chegam. Tudo tem um limite.
Com a situação fática do dia 1ª de outubro, poderá haver um impacto social, político e médico. A população é muito passiva e as autoridades são céleres e eficientes apenas contra os trabalhadores médicos. Os gestores da saúde devem ser responsabilizados pessoalmente com privação da liberdade e multas.
A Maternidade sob intervenção federal alardeia que é auto-sustentável, de forma que nada justifica a falta de um cronograma de repasses. Realizamos aproximadamente 250 anestesias/mês. É muito importante este trabalho. Será que ninguém compreende isso.
A intervenção é eterna ou temporária?  A instituição será municipalizada? È chagada a hora. E como existe superávit tem que haver inclusive transparência total. A maternidade é pública ou privada ?  A população tem que ter conhecimento da Relação dos médicos “ funcionários com carteira assinada “, anestesiologistas contratados como pessoa física, sem concurso e sem situações emergênciais.
A Prefeitura tem um contrato de prestação de serviço  com a CAM, composta por  16 profissionais, para assistência completa na intervenção e ainda tem “ gente contratada por fora ?” Não é para haver economia ?  O que é de responsabilidade, obrigações e custos da Prefeitura em relação a Maternidade auto – sustentável ? Não há nenhum projeto para solução do grave problema que se avizinha. Será que ninguém percebe o que significa a situação? Para obter recursos precisa ter projetos. Vamos esperar hospital de UFERSA, de UERN ?
Diuturnamento, os profissionais da CAM estiveram junto as grávidas usuárias do SUS, nos momentos mais críticos da assistência multidisciplinar ( anestesia, obstetrícia, neonatologia ) , oferecendo o melhor da prática anestésica.
Não estamos a mendigar migalhas, favores, etc, e sim exigindo respeito e valorização da arte de anestesiar.
Essa postura administrativa é um desrespeito a cidadania e é uma  violação de direitos.
CAM
Ligue: (84)  9965 - 22093

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