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sábado, 23 de janeiro de 2016

Mundo: Refugiados iraquianos retornam para casa



Fonte; DW 

No aeroporto de Tegel, em Berlim, o voo semanal para Erbil, no Iraque, está pronto para partir em duas horas. No balcão de check-in, Leyla Majeed espera ao lado de seu sobrinho Mohammed, de 13 anos. Ela parece estar irritada e nervosa. Seis meses atrás, ela atravessou os Bálcãs durante 15 dias, a caminho de um novo futuro na Alemanha. Majeed e seu sobrinho decidiram deixar o Iraque após o irmão dela, pai do garoto, ter sido morto num bombardeio.
As coisas com que se deparou em sua rota para a Alemanha – fome, desespero, crianças mortas – a perseguem em seu sono. "Algumas pessoas morreram no caminho", disse. "Foi muito triste." A imagem que ela tem da Alemanha lhe deu forças para continuar. Ela esperava encontrar um emprego e um lar para a família.
Seis meses depois, tudo o que Majeed quer é retornar para casa. "Vim com tanta esperança, mas não posso ficar por mais tempo." Ela se queixa sobre as condições de vida. A comida, explica, é muito cara em relação ao dinheiro que recebe do Estado. E suas entrevistas para o processo de asilo foram sempre adiadas. "É triste ter que voltar", afirma. "Gastamos todo nosso dinheiro para recomeçar na Alemanha. Agora tenho que retornar para um lugar onde não tenho mais nada."
Documentos somente de ida
Um total de 92 refugiados espera para embarcar no mesmo voo mesmo de Majeed, para Erbil. Muitos deles tiveram experiências semelhantes na Alemanha. "O processo de asilo para os iraquianos é muito lento", diz Mohammed Mohsen no balcão de check-in. "Não estou autorizado a trazer minha família, e ainda não recebi uma permissão de residência." Ele tentou pedir asilo durante cinco meses, sem sucesso.
"Não posso trabalhar", reclama. "Não posso circular livremente. O modo de vida aqui é tão diferente." Mohsen está com raiva, assim como muitos outros dispostos a compartilhar suas experiências. "Você não pode abrir as portas para os refugiados e depois não finalizar o processo", diz ele sobre a política alemã de asilo.
Hamid Maheed, um agente de reservas da empresa aérea Iraqi Airways, chama Majeed, Mohsen e os demais. "A maior parte dos refugiados não fala uma palavra de alemão", afirma o agente. "Eles não sabem como funciona o sistema de trens ou o metrô. Eu os ajudo a chegar ao aeroporto a tempo e a lidar com a logística." Desde outubro, Maheed tem ajudado 50 refugiados por semana a retornar para o Iraque. Esse número dobrou em janeiro. "Eles são meus compatriotas. Sinto-me na obrigação de ajudá-los", diz.

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