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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Transmissão de zika pelo sangue faz hemocentros reforçarem triagem de doadores



Fonte: ELPAÍS 

Os hemocentros no Brasil estão reforçando os critérios da triagem para doadores de sangue. Isso começou a ocorrer após o surto de zika vírus no país e o crescimento de casos de microcefalia. O medo foi potencializado depois que dois casos de contaminação do vírus ocorreram via transfusão de sangue, o primeiro no final de dezembro e o segundo na última terça-feira, ambos em Campinas, no interior de São Paulo.
Em Pernambuco, Estado com o maior registro de casos suspeitos de microcefalia, o hemocentro suspendeu as coletas móveis desde o início do ano. "Tivemos que suspender essas coletas porque todo mundo está doente", disse Ana Fausta, diretora da hemoterapia do Centro de Hematologia de Pernambuco. Por isso, o número de doações está em queda. "As coletas que fazemos nas cidades ao redor do Recife representam de 15% a 20% do nosso estoque mensal", explica. Após o carnaval, haverá uma reunião para decidir se as coletas externas continuarão ou não suspensas.
O hemocentro da Unicamp, onde houve os dois casos de transmissão detectados, informou que reforçou a pré-entrevista com os doadores e está impedindo a doação das pessoas que apresentaram sintomas como febre e dor no corpo no último mês. Assim como pessoas que viajaram para as regiões Norte e Nordeste do país, epicentros da epidemia, nos últimos 30 dias. Já os que tiveram dengue, zika ou chikungunya confirmados são impedidos de doar sangue pelo período de seis meses. Apesar disso, a agenda de coleta de sangue em Campinas segue normalizada.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirma que reforçou orientação aos hemocentros para que não deixem de realizar a triagem clínica - quando os candidatos apontam em questionário da doação a ocorrência de sintomas de doenças infecciosas -, com atenção também aos sintomas de dengue, zika e chikungunya. Também alerta para que essas unidades reforcem com os doadores a importância da informação pós-doação – ou seja, que eles comuniquem o serviço de hemoterapia caso apresente qualquer sinal ou sintoma de processo infeccioso, como febre ou diarreia, até sete dias após doação. 
Segundo a pasta, o verão é o momento em que os estoques de sangue vão aos níveis mais baixos, devido ao período de férias e festas de fim de ano que geram aumento de transfusões decorrentes de acidentes de carros, por exemplo. Por isso, ao mesmo tempo em que os hemocentros reforçam as restrições aos doadores também clamam por novas doações.
O problema é que em torno de 80% das pessoas que têm o zika não apresentam qualquer sintoma, de acordo com o Ministério da Saúde. Por isso, mesmo com o cuidado maior na triagem, os casos de transmissão via sangue devem continuar existindo. No entanto, essa forma de contágio não é motivo de grandes preocupações, segundo Marcelo Addas, diretor da divisão de hemoterapia do Hemocentro de Campinas. Ele aponta que os dois casos de pessoas que receberam o sangue infectado pelo zika não apresentaram sintomas da doença. "Existe o risco de transmissão por transfusão, mas ele é muito baixo. É muito mais fácil a pessoa se contaminar pela picada do mosquito Aedes aegypti", ressalta.
Nos EUA, o alerta para o risco de contaminação pelo zika via transfusão também está presente. A Cruz Vermelha do país pediu aos doadores de sangue que tiverem visitado áreas afetadas pelo zika vírus, que inclui 18 países, a maioria nas Américas, que esperem pelo menos 28 dias antes de doar sangue, apesar de o risco de transmissão da doença durante transfusões ser considerado extremamente baixo nos EUA.

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