O mês de agosto traz novidades na administração municipal de Lajes. Uma delas é a criação da Secretaria da Fazenda, que passa a funcionar de forma independente, depois de ser desmembrada da Secretaria de Finanças. E quem assume esse novo desafio é o servidor Raimundo, conhecido pelo seu trabalho dedicado e competente na área da Educação.
Raimundo vinha atuando com destaque em funções ligadas à Secretaria de Educação, onde conquistou respeito pelo compromisso com o serviço público e pelo bom relacionamento com a comunidade escolar. Agora, ele assume a responsabilidade de liderar uma pasta estratégica para o desenvolvimento da cidade.
A Secretaria da Fazenda nasce com a missão de organizar melhor as finanças ligadas à arrecadação municipal, planejar com mais eficiência e buscar o crescimento das receitas próprias do município. Com isso, a gestão espera garantir mais investimentos em áreas importantes como saúde, educação, infraestrutura e assistência social.
"Essa mudança é mais um passo no fortalecimento da nossa estrutura administrativa. A Secretaria da Fazenda vem para dar mais agilidade, transparência e eficiência na arrecadação dos tributos, o que é fundamental para que possamos continuar cuidando bem da nossa cidade e da nossa gente", destacou a gestão municipal.
Com essa nova organização, o município pretende aprimorar o controle fiscal, facilitar o atendimento ao contribuinte e garantir que cada real arrecadado seja bem aplicado em benefício da população.
A nomeação de Raimundo para esse cargo mostra a confiança da gestão em servidores que conhecem a realidade do município e estão dispostos a fazer a diferença. A expectativa é de avanços concretos, sempre com foco no cuidado com as pessoas.
A educação de Lajes passa a contar, a partir de agora, com uma nova liderança. Com uma trajetória marcada pelo compromisso com o ensino público de qualidade e o profundo respeito pela comunidade escolar, Fabiana Teixeira assume oficialmente a Secretaria Municipal de Educação.
Educadora dedicada e admirada, Fabiana atuava como diretora da Escola Municipal Alípio Amâncio, onde deixou sua marca como uma gestora sensível, firme e apaixonada pela missão de educar. Sua condução à frente da escola foi pautada por sabedoria, liderança e cuidado com toda a comunidade escolar.
“Ela sempre conduziu a escola com sabedoria, respeito e atenção às necessidades da comunidade. Como diretora, foi exemplo de liderança e compromisso. Agora, como secretária da Educação, temos certeza de que fará ainda mais. Uma conquista mais que merecida, que simboliza a continuidade do avanço educacional em Lajes”, Afirmou Felipe.
A nomeação foi recebida com entusiasmo por colegas, servidores da educação e famílias lajenses, que reconhecem em Fabiana uma profissional séria, competente e preparada para enfrentar os desafios da rede municipal de ensino. Sua experiência, aliada à sensibilidade que sempre demonstrou na escuta e no diálogo, fortalece as expectativas de um novo ciclo de avanços.
Com garra e responsabilidade, Fabiana assume a missão de liderar toda a rede municipal com o compromisso de continuar valorizando nossas escolas, nossos professores e nossos alunos. Sua chegada simboliza mais do que uma mudança de gestão: representa o fortalecimento de uma visão de educação humana, inclusiva e transformadora.
É mais uma mulher de fibra uma verdadeira Alzira, em referência à pioneira Alzira Soriano que escreve seu nome na história de Lajes com força, competência e coragem. O município segue avançando, agora com uma nova voz à frente da educação, pronta para fazer a diferença.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve no centro das atenções nesta quarta-feira, 30. Isso ocorreu em razão da aplicação de sanções com base na Lei Magnitsky pelo governo norte-americano.
Horas depois de receber a notícia da sanção, o magistrado se deslocou até a zona leste de São Paulo para assistir ao jogo entre Corinthians e Palmeiras no estádio Neo Química Arena. No local, um torcedor capturou uma imagem em que o magistrado aparece fazendo um gesto obsceno.
A taxa de desemprego brasileira recuou mais do que o esperado e foi a 5,8% no segundo trimestre, marcando o resultado mais baixo na série histórica iniciada em 2012 e mantendo o cenário de um mercado de trabalho aquecido no país, com novo recorde de renda.
Com a leitura divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa mostrou forte redução em relação aos 7,0% do primeiro trimestre, ficando ainda abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de 6,0%.
No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 6,9%.
Ainda no período de abril a junho, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos chegou a R$3.477, o que também marcou um recorde. Isso representa crescimento de 1,1% ante o trimestre de janeiro a março deste ano e de 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior.
O mercado de trabalho vem se mostrando aquecido e dando suporte à atividade econômica, especialmente ao consumo das famílias, favorecendo os gastos. No entanto, esse cenário com renda em alta dificulta o controle da inflação, especialmente na área de serviços.
O número de casos de estelionatos virtuais no Rio Grande do Norte disparou. Foram 5.007 casos em 2024 contra 1.888 em 2023, segundo dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública. O aumento percentual é de 165%, o maior do país. No Brasil, o aumento nessa modalidade de crime foi de 26%. Para especialistas, o aumento do uso de plataformas e redes sociais e a falta de conhecimento para se proteger de crimes cibernéticos são fatores que podem explicar o aumento expressivo no Estado e no Brasil.
Segundo os dados do Anuário, a taxa por 100 mil habitantes ficou em 145,3 no RN, sendo a segunda maior do Nordeste e a 10ª maior do Brasil. Na região, o RN ficou atrás apenas de Alagoas, que registrou taxa de 230 por 100 mil habitantes. No Brasil, o estado com a maior taxa por 100 mil habitantes foi Santa Catarina, com taxa de 903,8. Estados como Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco não possuem dados. O estelionato previsto no art. 171 do Código Penal passou a incluir, a partir de 2021, as modalidades de fraude eletrônica, tipificadas nos parágrafos 2º-A, 2º-B e 3º do mesmo artigo. As penas para este tipo de crime são de 4 a 8 anos de reclusão.
Na avaliação da advogada Beatriz Torquato, presidente da Comissão de Direito Digital da OAB-RN, o aumento expressivo se deve a uma questão multifatorial, sendo a primeira delas uma nítida migração do crime patrimonial físico para o digital.
“Com o avanço de tecnologias de bloqueio e rastreamento de celulares, o roubo de aparelhos se tornou menos atrativo, levando muitos criminosos a apostar em golpes digitais, que oferecem maior lucratividade e menor risco de flagrante. Esse movimento também é refletido nas estatísticas de segurança pública do estado, que mostram uma redução consistente nos índices de furtos e roubos de celulares e veículos, enquanto os registros de estelionatos eletrônicos aumentam de forma acelerada”, analisa.
Ainda segundo a advogada, outro fator é o aumento da exposição nas redes sociais, com muitos casos sem qualquer proteção de privacidade, cujos perfis trazem informações como nome de familiares, profissão, localização, número de telefone e até mesmo rotina diária. “Isso fornece aos golpistas um conjunto de dados que facilita fraudes por engenharia social, como clonagem de contas, falsos boletos e cobranças indevidas”, aponta.
Segundo análise de Rodrigo Jorge, especialista e ativista em cybersegurança, uma das possíveis respostas para o aumento está no fato de que “possa haver uma impunidade maior”, isto é, um “sistema de segurança pública que acaba não sendo eficiente e com isso pode se operacionalizar o crime naquela região com mais certeza que sairá impune”, lembra. “Até poucos meses o RN não tinha uma delegacia especializada no combate aos crimes digitais, e talvez a que existe hoje não seja suficiente para a demanda”, acrescenta.
“Ao mesmo tempo, esse número pode trazer uma percepção inversa: se tem um número maior no RN, pode se dar a uma população mais consciente e que vai atrás das autoridades para comunicar. Pode ser que em outros locais a população não faça esse reporte e com isso o número seja menor do que o real. Portanto, para responder com uma precisão maior seria preciso estudar um pouco mais. Eu vejo que o RN tem uma peculiaridade: a imprensa está sempre publicando matérias de conscientização para ajudar a população a se precaver e isso pode ser um dos fatores”, aponta.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil do RN inaugurou a Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). A unidade foi criada para investigar delitos como fraudes eletrônicas, invasão de dispositivos informáticos, estelionato virtual, disseminação de conteúdos ilícitos e crimes contra a propriedade intelectual.
São vários os exemplos de casos de golpes registrados pela Polícia Civil nos últimos anos. São casos de sites falsos de leilão, compra e venda de apartamentos, motos, carros, eletrodomésticos. Há ainda os golpes mais famosos, mas que seguem fazendo muitas vítimas: o golpe do Pix, em que um familiar ou amigo se passa por uma pessoa utilizando fotos e até o jeito de escrever para pedir transferências bancárias; e o golpe do falso advogado, em que um número telefônico entra em contato alegando ter novidades sobre processos e alegando que a vítima tem direito a receber eventuais indenizações.
A TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesed) e a Polícia Civil do RN para repercutir os dados do Anuário, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
O Governo do Rio Grande do Norte sancionou nesta quinta-feira (31) o Marco Legal do Setor de Hidrogênio Verde e da Indústria Verde do Estado. A nova legislação estabelece um conjunto de diretrizes, princípios e instrumentos voltados ao desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas baseadas em energias limpas. A iniciativa busca atrair investimentos, fomentar a inovação tecnológica e consolidar o estado como referência nacional e internacional na transição energética. O ato de sanção contou com a presença de entidades do setor produtivo e de pesquisa.
O texto da lei define conceitos técnicos sobre o hidrogênio verde, seus derivados e a chamada indústria verde, que transforma energia elétrica renovável em produtos de baixa pegada de carbono, como o aço verde, e-combustíveis, e-metanol, amônia e fertilizantes nitrogenados. O Programa Norte-Rio-Grandense de Hidrogênio Verde e da Indústria Verde (PNRH2V) estabelece princípios como responsabilidade social e ambiental, mitigação de gases do efeito estufa, fomento à inovação, promoção da neoindustrialização e segurança jurídica.
A legislação prevê ainda incentivos fiscais por meio do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (PROEDI) e do novo regime especial RNVerde, voltado para empresas que atuam na cadeia do hidrogênio verde. As companhias que se habilitarem poderão usufruir de benefícios tributários, desde que atendam a critérios como a utilização de fonte renovável na dedicação da produção de hidrogênio verde.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento do RN (Sedec), Alan Silveira, com a sanção do marco legal, os próximos passos do governo do RN envolvem a implementação efetiva das diretrizes estabelecidas na legislação, com foco em atrair investimentos. “As ações prioritárias devem incluir a regulamentação da lei, a convocação do comitê gestor do Programa Norte Rio Grandense do Hidrogênio Verde, o desenvolvimento de infraestrutura e zonas industriais verdes, a atração de investimentos e parcerias internacionais e também a capacitação profissional e a inovação. Com esses passos, o RN não apenas se antecipa às exigências da nova economia global, como também cria um modelo de desenvolvimento regional baseado na sustentabilidade, inovação e inclusão socioeconômica”, detalhou.
A governadora Fátima Bezerra classificou o dia como histórico. “A lei que acabei de sancionar é um marco do ponto de vista de uma legislação pioneira que estabelece, de maneira objetiva, os princípios, as diretrizes, os objetivos, por exemplo, o regime especial de incentivos fiscais, criando um ambiente seguro, um ambiente atrativo para que os investidores aqui cheguem e possam desenvolver a cadeia produtiva do hidrogênio verde”, disse.
Rodrigo Mello, diretor regional do SENAI-RN, destaca que o estado já possui a energia renovável mais competitiva do país. “Consumimos cerca de 10% apenas da capacidade instalada de geração de energia que o Estado possui”, conta. “Este marco foi um ponto fundamental para garantir, junto com a legislação federal, um ambiente legal capaz de atrair desenvolver o nosso estado a partir das energias competitivas ou energia renovável. A Federação das Indústrias já tem trabalhado nesta frente e tem conversas abertas com possíveis investidores”, acrescenta.
A nova lei também estabelece mecanismos de certificação internacional do hidrogênio verde, apoia a criação de cursos de capacitação profissional, fomenta a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e incentiva o uso racional de recursos hídricos, priorizando água de dessalinização e reúso. O Marco Legal também prevê apoio e incentivo ao desenvolvimento de projetos voltados à geração de ativos de carbono e institui uma governança multissetorial composta por comitês, conselhos e câmaras temáticas. O Comitê Gestor do Programa será coordenado pela Sedec e contará com representantes de 21 órgãos e instituições.
Para o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Darlan Santos, a legislação representa um avanço estratégico. “Para transformar e produzir hidrogênio verde, a gente precisa exatamente usar energia a partir de fontes renováveis. Se a gente hoje está com energia livre, é um excelente momento para produzir hidrogênio verde. Só que antes isso não era possível, porque a gente não tinha uma lei estadual para tratar disso e agora a gente tem”, afirma.
O prefeito de Lajes, Felipe Menezes, participou nesta quinta-feira (31) de uma importante reunião com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação do Rio Grande do Norte, Alan Silveira. O encontro contou também com a presença da secretária municipal de Planejamento, Lillyane Meneses, e do secretário de Administração, João Cruz.
A reunião teve como foco principal o fortalecimento da economia local e regional, por meio de pautas estratégicas que envolvem diretamente o futuro da cidade de Lajes e de toda a Região Central do RN.
Entre os temas abordados, destacaram-se:
Iniciativas voltadas às Energias Renováveis
Oportunidades no setor de Mineração
Ações conjuntas para o desenvolvimento econômico regional
De acordo com o prefeito Felipe, o diálogo foi produtivo e reafirma o compromisso da gestão com o progresso do município. “Seguimos trabalhando com planejamento, parcerias e responsabilidade, sempre em busca de um futuro com mais oportunidades para o nosso povo”, afirmou.
O Governo do Estado vai apresentar, na manhã desta sexta-feira (1º), um pacote de medidas para mitigar os impactos da taxação de 50% estabelecida pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos. O chamado “tarifaço” começa a valer na próxima quarta-feira (6) e afeta oito dos dez produtos potiguares que mais foram exportados para o mercado americano no primeiro semestre de 2025. De acordo com a Federação das Indústrias do RN (Fiern), estimativas das indústrias exportadoras indicam que entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões em exportações podem deixar de ser comercializados por ano com o aumento das tarifas. Estima-se ainda que 4 mil postos de trabalho estejam em risco.
Uma Nota Técnica publicada pela Secretaria de Desenvolvimento do RN (Sedec) nesta quinta-feira (31) aponta que, de janeiro a junho de 2025, o valor total exportado pelo RN para os EUA foi de US$ 67,1 milhões. Os dez principais produtos exportados somaram, somente no 1º semestre, US$ 58,1 milhões. Ainda conforme o documento, aproximadamente 48,1% do volume financeiro das exportações potiguares para o mercado americano seria impactado pela tarifa adicional de 50%.
“Diante desse cenário, o Governo do RN informa que adotará todas as medidas cabíveis, em articulação com o Governo Federal, com o objetivo de dar continuidade às negociações diplomáticas e institucionais, buscando mitigar os efeitos da medida e preservar a competitividade das exportações do estado” diz trecho da nota.
O pacote de medidas para mitigar os impactos do tarifaço será apresentado aos setores afetados, segundo informou o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Alan Silveira. Sem dar maiores detalhes, ele adiantou que o pacote integra um conjunto de ações que incluem benefícios fiscais, especialmente para as empresas que já fazem parte do o Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi) e que poderão ter isenções ampliadas. O pacote também deve incluir mecanismos de antecipação de créditos vinculados à exportação, com a criação de linhas financeiras que permitam às empresas antecipar recebíveis a taxas mais vantajosas.
Roberto Serquiz, presidente da Fiern, disse que as possíveis alternativas para reduzir os efeitos do tarifaço estão em fase de ‘gestação’ e comentou que ainda espera uma reversão da medida. “É um desafio buscar essa reversão em tão curto espaço de tempo, mas a gente acredita que isso possa acontecer. O que não podemos é deixar que o ambiente político interfira tanto na economia. Para além disso, uma das saídas de mitigação dos impactos é buscar a recomposição de custos e abrir mercados”, aponta Serquiz.
Presidente da Fiern, Roberto Serquiz disse que ainda acredita na reversão da medida por parte do governo norte-americano, apesar do curto espaço de tempo até que as novas tarifas entrem em vigor| Foto: Divulgação/FIERN
Ele ressaltou que a indústria não planeja demissões, pois está sempre voltada ao desenvolvimento e à geração de empregos. No entanto, caso as dificuldades persistam, adaptações poderão ser necessárias nos setores exportadores.
“Infelizmente, diante desse cenário, pode se tornar impossível manter [todos os empregos nos segmentos que exportam para os EUA]. Ninguém fica feliz com cortes. Quando há desligamentos, é porque há risco à sustentabilidade ou necessidade de redesenhar o próprio negócio”, pontuou Serquiz.
Medidas As medidas que serão apresentadas pelo Governo nesta sexta visam dar algum respiro às atividades afetadas. O setor de pesca, o mais atingido em quantidade de exportação, com cerca de 80% dos produtos enviados ao mercado norte-americano, irá pedir ao Governo do Estado a isenção total do ICMS que incide sobre o combustível das embarcações.
“Sobre a isenção, estamos protocolando um documento a pedido do Governo. Queremos que a medida vigore até o final do ano. E na segunda, vamos nos reunir com a DRT [Delegacia Regional do Trabalho] para ver questões de contratos de trabalho. Essa é a alternativa que a gente observa para manter a viabilidade da atividade pesqueira. No nosso caso, não adianta buscar novos mercados, porque na Ásia e na Oceania há competidores que estão bem mais próximos”, disse Arimar Filho, presidente do Sindipesca.
“Além do que, a logística para os dois continentes custa muito caro ao nosso mercado. E para a Europa, desde 2018 o Brasil é proibido de exportar por uma questão que envolve aspectos técnicos, mas também políticos. Então, a gente não tem saída quanto a novos destinos”, completou Arimar. As exportações da pesca potiguar aos EUA movimentam mais de R$ 250 milhões ao ano, com mais de 2,5 mil empregos.
Doces, sal e reciclagem também serão afetados
A indústria de doces e pirulitos será a segunda atividade no Rio Grande do Norte mais afetada pela taxação, uma vez que 70% das exportações desse setor têm como destino os Estados Unidos. Luiz Eduardo Simas, que integra o Sindicato de Doces do RN, disse que as empresas exportadoras estão em contato com o Governo do Estado, por meio da Fiern, para entender quais medidas serão oferecidas para aliviar os impactos. “O que o setor tem feito é negociar para que demissões e perdas no faturamento não se concretizem. Não temos falado expectativas de números nem sobre possíveis perdas, porque preferimos esperar a entrada em vigor da medida”, explicou Simas.
O setor de sal, que tem metade das exportações voltadas ao mercado americano, disse que a taxação vai representar perda de empregos e prejuízos às empresas, que não terão para onde direcionar os próprios produtos. “Não temos muitos outros mercados. Nós exportamos 550 mil toneladas aos EUA por ano. Por conta da logística e do fato de o sal ser um produto de baixo valor, ele não consegue ser competitivo quando se colocam distâncias muito maiores do que os Estados Unidos. Portanto, estamos fadados a esse mercado, em um primeiro momento”, explicou Aírton Torres, presidente do Siesal.
“De todo modo, junto com o Governo do Estado estamos vendo a possibilidade de abrir um pouco mais para a Europa”, frisou Aírton Torres. Ainda segundo ele, o setor gera cerca de 4 mil postos de trabalho no RN, volume que será atingido pela taxação. “Ainda não temos como quantificar esse impacto, mas sabe-se que, além dessas pessoas, aquelas outras ligadas à cadeia de distribuição sentirão os efeitos.
Estamos desenhando alternativas com o apoio da Fiern para encontrar algum tipo de incentivo junto ao Governo do Estado para compensar, ainda que parcialmente, os prejuízos”, disse.
O quarto setor que mais irá sentir o peso do tarifaço é o de reciclagem, que destina 30% dos produtos exportados aos Estados Unidos.
Etelvino Patrício, presidente do Sindirecicla-RN, disse que o real valor dos efeitos só será conhecido após a medida do governo americano passar a valer. O que o setor tem feito, segundo Etelvino, é procurar novos destinos para tentar compensar as perdas com a taxação.
“Nosso planejamento é tentar buscar novos mercados e novos clientes, para que a gente possa suprir as perdas que teremos, mesmo entendendo que, em casos de precificação, não conseguiremos mercado melhor do que o americano”, pontuou.
Fruticultura Para a fruticultura potiguar, cujo impacto deverá ser de R$ 100 milhões ao ano, a Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern) esclareceu que também tem buscado alternativas para o tarifaço. “Está sendo elaborada uma proposta de crédito emergencial voltada a produtores que precisam manter contratos de trabalho, mesmo diante de uma redução temporária de produção. Além disso, a Faern defende que prefeituras atuem de forma proativa, ativando redes locais de proteção social e ampliando compras públicas de frutas para merenda escolar, como forma de sustentar o escoamento da produção e proteger os empregos”, afirmou José Vieira, presidente da Federação.
“A Faern também defende a criação de uma frente interestadual da fruticultura irrigada, reunindo RN, PE, BA e CE. Essa articulação permitirá uma resposta coordenada, fortalecerá a defesa dos interesses do semiárido fruticultor e ampliará o poder de negociação do setor em âmbito nacional e internacional”, completou Vieira.
O Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex), projeta um fechamento de 1,5 mil postos de trabalho com a taxação, o que, de acordo com José Vieira, representa cerca de 25% da força de trabalho do setor na alta temporada. “Isso impacta diretamente municípios como Mossoró, Baraúna e Apodi, onde a fruticultura representa até 40% da economia local”, explicou.
BALANÇO Principais produtos exportados pelo RN aos EUA (1º semestre de 2025)
Óleo combustível: US$ 23,9 milhões
Outros produtos de origem animal: US$ 10,3 milhões
Albacoras-bandolim frescos: US$ 4,7 milhões
Caramelos e confeitos: US$ 4,1 milhões
Sal marinho: US$ 3,3 milhões
Albacoras/atuns: US$ 3,2 milhões
Outros granitos: US$ 2,6 milhões
Outros açúcares de cana: US$ 2,1 milhões
Outros peixes congelados: US$ 2 milhões
Castanha de caju: US$ 1,9 milhão
Total: US$ 58,1 milhões
Produtos excluídos do tarifaço Óleo combustível: US$ 23,9 milhões Castanha de caju: US$ 1,9 milhões Total: US$ 25,8 milhões