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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Policiais admitem que não sabem como agir para conter protestos violentos no país


Fonte da imagem: Reprodução/US Today
Manifestantes fugindo de bombas de gás lacrimogêneo e vandalismo eram cenas finais de um enredo que se tornou conhecido no fim de muitos protestos, desde de junho do ano passado. Sete meses depois de a população tomar as ruas, uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) revela como as próprias forças de segurança se sentem despreparadas para agir diante dos grandes atos — que prometem se repetir durante a Copa do Mundo. Ao todo, 64% dos policiais militares e civis entrevistados admitiram não ter recebido orientação e treinamento adequado para lidar com as manifestações e os black blocs.

A pesquisa sobre a percepção dos policiais a respeito dos manifestantes e do movimento black bloc, produzida pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP-FGV) e obtida pelo GLOBO, fez um raio X do que pensam os policiais sobre os protestos, os black blocs e sua própria forma de agir diante deles. Foram feitas 5.304 entrevistas, sendo 4.499 com policiais militares e 805 com policiais civis de todas as regiões do país. O levantamento foi realizado pela internet, a partir de um cadastro que reúne nomes desses profissionais de todo o Brasil, entre 26 de novembro de 2013 e 14 de janeiro deste ano.

O despreparo revelado pelos praças e oficiais na condição do anonimato do levantamento explica outro percentual: o dos 69% que disseram que os agentes agiram como foi possível, devido às circunstâncias.

— Os policiais se sentiram tendo que improvisar diante de uma situação inesperada — afirmou o diretor da DAPP-FGV, Marco Aurélio Ruediger, responsável pela pesquisa.

Apenas 10% apontaram como correto o comportamento dos policiais nas manifestações, enquanto outros 19% responderam que “alguns colegas não agiram da forma certa, mas não se pode generalizar”. Na hora de atribuir a alguém a responsabilidade sobre a maneira como operam nas manifestações, os policiais não colocam na própria conta nem na do comando ou na das secretarias de segurança. A maioria (60%) indicou que a atuação da tropa é determinada pelos governos estaduais.

O Globo

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