A Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou nesta quarta-feira uma reunião de emergência em Gana sobre o surto de ebola que eclodiu no oeste da África a partir de fevereiro.
Autoridades de saúde de 11 países se reunirão por dois dias em na capital Accra para discutir como pôr fim à crise.Mais de 400 pessoas morreram no que se tornou o pior surto de ebola na história. A maioria das mortes ocorreu na Guiné, mas há um número crescente de casos na Libéria e em Serra Leoa.
A reunião conta com a participação dos ministros da Saúde dos três países afetados e funcionários de países vizinhos, como Costa do Marfim, Mali, Guiné-Bissau, Senegal, Uganda, República Democrática do Congo, Gâmbia e Gana.
Todos esses países são considerados sob risco de ebola. A OMS afirma que são necessários compromissos políticos entre eles para garantir que o vírus seja exterminado.
Vírus mortal
O ebola é um dos vírus mais mortais do planeta porque mata até 90% das pessoas infectadas.
Não há vacina ou cura. O vírus se espalha através do contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada, causando febre, diarreia e sangramentos.
Na terça-feira, a OMS disse que o número de mortos no oeste da África subiu para 467, sendo que que 68 mortes foram registradas nos últimos dez dias. O número de casos subiu de 635 em 23 de junho para 759, um aumento de 20%, acrescentou a OMS.
A maioria das mortes foi registrada na região de Guekedou, no sul da Guiné, onde o surto foi relatado pela primeira vez em fevereiro.
Negação
A OMS já enviou mais de 150 especialistas para o oeste da África nos últimos meses para tentar conter o surto.
A melhor forma de fazer isso é isolar aqueles que pegaram a doença e garantir que ninguém mais está exposto ao vírus.
No entanto, especialistas dizem que uma das principais razões para a propagação contínua é o medo e a negação em torno da doença.
Algumas comunidades estariam escondendo famliares e amigos doentes, em vez de levá-los para o hospital, aumentando o risco de propagação do vírus.
Compreensivelmente, existe uma grande quantidade de medo nessas comunidades, o que está complicando o esforço internacional para controlar o vírus, dizem especialistas.
Sem fronteiras
Autoridades de saúde dizem que as fronteiras pouco controladas da região têm permitido que pessoas infectadas transportem a doença para outros países. A OMS diz que não é possível restringir a circulação de pessoas.
Centenas de pessoas que tiveram contato com pacientes infectados estão sendo monitoradas por equipes de saúde. Eles têm que ser observados de perto por 21 dias antes de receber alta.
"Precisamos de uma resposta forte, especialmente ao longo das áreas comuns de fronteira onde as atividades comerciais e sociais continuam entre Guiné, Libéria e Serra Leoa. É improvável que isso pare", disse o porta-voz da OMS Daniel Epstein.
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quinta-feira, 3 de julho de 2014
OMS faz reunião de emergência para conter pior crise de ebola da história
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